Este estudo pretende contribuir para a reconstrução e caracterização da vida
das crianças que viviam em áreas produtivas periurbanas em Buenos Aires (Argentina), no período que vai das décadas 1950-1960. Ou seja, crianças cujas vidas foram marcadas por um estilo de vida “do campo” e com inserção rodutiva nos negócios da família, mas, ao mesmo tempo, com a possibilidade de acesso a bens, serviços e práticas de origem urbana. Para abordar a questão são tomados como estudos de caso duas colônias agrícolas criadas em áreas rurais perto da capital federal da Argentina e capital da província de Buenos Aires em meados do século XX, durante o peronismo (1946-1955). A hipótese que se propõe é que as crianças estruturaram a economia doméstica familiar a partir de um trabalho que não era marginal. Ao mesmo tempo, alimentaram a vida social com base em suas práticas e necessidades particulares. Em suma, a intenção é apontar para a importância das crianças nas áreas periurbanas, em um período de plena implantação e consolidação produtiva destas.