A tríade Estado, mercado e família forma a base a partir da qual devemos pensar a reprodução social da vida e da proteção aos indivíduos na sociedade contemporânea, o que não significa supor que haja qualquer relação harmônica entre essas três esferas. Das problemáticas relativas às diferentes formas de articulação, ou de tensão, entre essas três esferas, surgiram diversos esquemas analíticos que geralmente enfocam duas dessas dimensões -Estado e mercado. Este é o caso, por exemplo, das formulações de Esping-Andersen (1991), que priorizaram a interação Estado e mercado como critério para a distinção entre as três economias do Welfare State. Nessa proposta, a desmercadorização, isto é, a oferta de bens e serviços pelo Estado, em substituição ao mercado, é um princípio fundamental para a análise da proteção social. Ainda operando com a díade Estado e mercado, outros trabalhos de referência foram desenvolvidos para tratar de temas como a questão social, a justiça e o desenvolvimento econômico e humano, a exemplo de Habermas (1987), Oliveira (1988), Castel (1998)