Resumo. Os discursos atuais a favor da inovação educativa trazem consigo a emergência de muitos desafios para os professores. O principal objetivo do estudo que serviu de base a este artigo foi explorar a forma como os professores experimentam o impac to dos novos discursos pró-inovação em suas próprias aulas. Para tal, o estudo se baseou na experiência de ensino e investigação pedagógica de um dos autores, que combinou a autoetnografia com outras estratégias metodológicas. Assim, neste texto, em que a metodologia se torna central, adotamos a perspectiva da investigação qualitativa pela importância dada à subjetividade e por considerar inseparáveis as ligações entre vida, experiência vivida e produção de conhecimento. A documentação narrativa da experiência pedagógica e a narrativa da investigação, juntamente com outras fontes documentais complementares, permitiram explorar a performatividade dos discursos oriundos de vários campos, identificar expectativas atuais de professores, depreender suas implicações nas práticas profissionais e na construção do conhecimento que as sustenta. Diante de uma literatura excessivamente indulgente ou alheia ao problema assumido, conclui-se que, atualmente, existe uma estreita ligação entre a inovação educacional, os parâmetros performativos neoliberais e o desenvolvimento do mal-estar dos professores. Palavras-chave: professores investigadores; reflexividade narrativa; autoetnografia; inovação educacional; mal-estar docente.