“…Nesse contexto de crítica teórica do conceito de gênero houve também intensas reivindicações no interior dos movimentos feministas, relativas à diferença, formuladas por mulheres negras, mulheres das classes operárias, por feministas lésbicas, entre outras, que enunciavam a importância de se considerar gênero de forma articulada com outras categorias sociais para contemplar as distintas experiências de subordinação e de desigualdade vivenciadas pelas mulheres (PISCITELLI, 2008). Severi (2016) pontua que, a partir dos anos 1980, intensificou-se um processo político e teórico de diversificação de vozes no próprio feminismo (mulheres negras, indígenas, terceiromundistas, pobres, lésbicas etc.) que questionaram a dicotomia homem/mulher a partir de elementos como sexualidade, raça, etnia, nacionalidade, religião e classe social, entre outros, também relevantes para a compreensão das discriminações de gênero (SEVERI, 2016).…”