“…Nesse amplo contexto de mobilizações contemporâneas insere-se o caso brasileiro das chamadas "jornadas de junho", a onda de protestos iniciada em 2013 e que, aparentemente, encontrou ressonâncias nos atos públicos e manifestações logradas ao longo dos anos de 2014, 2015 e 2016, até a eventual deposição da presidenta Dilma Rousseff (Bringel e Pleyers, 2015). Os desafios interpretativos colocados por essas movimentações suscitaram a investigação sistemática dos eventos de protesto a partir de abordagens distintas, com muitos estudos focados nos de junho de 2013 (por exemplo, Antunes e Braga, 2014; Ricci e Arley, 2014; Solano et al, 2014;Gohn, 2017), que apontam, entre outros aspectos, a a relevância crescente de grupos e posições de cunho autonomista.…”