A razão em Jane Austen: classe, gênero e casamento em Pride and Prejudice SÃO PAULO 2015 AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO POR MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE. RESUMO DIAS, Nara Luiza do Amaral. A razão em Jane Austen: classe, gênero e casamento em Pride and Prejudice. 2015. 160 f. Dissertação (Mestrado) Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. O presente trabalho faz um estudo crítico de Pride and Prejudice (1813), de Jane Austen, buscando mostrar aproximações da obra com as mudanças sociais, políticas, econômicas e ideológicas que ocorreram na Inglaterra da passagem do século XVIII ao XIX, a partir da ascensão da burguesia. Com base na construção feita da heroína Elizabeth Bennet como uma personagem racional, em oposição às demais personagens do romance, contrastes de classe e gênero são explorados, de modo a conduzir a análise para uma interpretação da maneira como o casamento (atuação social principal de mulheres de certa classe no período) é desenvolvido ao longo de todo o romance, acabando por se tornar o fio condutor da narrativauma verdadeira investigação de significados sociais desenvolvida pela autora. ABSTRACT DIAS, Nara Luiza do Amaral. The reason in Jane Austen: class, gender and marriage in Pride and Prejudice. 2015. 160 p. Dissertation (MA) Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015.This work brings a critical study of Jane Austen's Pride and Prejudice (1813). It aims to show the approaches between the book and social, political, economic and ideological transformations that took place in England in the transition of the eighteenth century to the nineteenth, since the rise of the bourgeoisie. Based on the construction of the heroine Elizabeth Bennet as a rational character, in opposition to the other characters of the novel, class and gender contrasts are explored in order to conduct the analysis to an interpretation of how the marriage (the main social activity of women of a certain class in the period) is developed throughout the novel, eventually becoming the underlying theme of the narrativea true research of social meanings developed by the author. . convencionais ("unladylike") da heroína, além das já celebradas características de vigor e energia. 12 Assim, Kaplan busca mostrar, numa aproximação de sua análise com esta corrente da crítica feminista, não apenas a inteligência de Elizabeth, mas "the expressive range of her talk in general. That talk is particularly literal rendering of the 'female voice' so central to feminist criticism" 13 (1994, p. 186). Essa confiança em suas opiniões e na expressão de suas ideias é o que Kaplan destaca como uma das diferenciações de Elizabeth enquanto heroína de romance, sendo uma expressão de certa voz feminina imprópria e divergentede alguma forma uma resposta ao poder patriarcal (1994, p. 189).Já para Susan Morgan, a crítica tem se precipitado ao assumir ...