James Hutton e o Sublime Geológico: A Teoria da Terra entre o Iluminismo e o Romantismo

Abstract

O trabalho do geólogo, naturalista e médico escocês James Hutton [1726-1797], no contexto do Iluminismo Escocês, sofreu grande influência das ideias de pensadores como Isaac Newton e David Hume, representando uma síntese e uma transposição para as nascentes ciências geológicas da força motriz do pensamento iluminista da época. Sua visão da terrível magnitude das forças naturais e da imensidão do tempo geológico perante a efemeridade da vida humana reflete os conceitos kantianos de Sublime Dinâmico e Matemático, respectivamente. A partir do desenvolvimento da Geologia como uma ciência que abriu os olhos humanos para a história natural, é possível traçar um paralelo entre as teorias de James Hutton e as visões sobre a natureza dos poetas românticos do século XIX, principalmente Coleridge e Wordsworth. Desta forma, a geologia nasce como ciência exatamente na encruzilhada entre dois dos maiores movimentos intelectuais e culturais da civilização ocidental, o Iluminismo e o Romantismo.

Imaginário brasileiro sobre o ouro e suas implicações para a educação científica e o ensino de química

“…Isso é particularmente importante, principalmente pela perspectiva dos Estudos Sociais da Ciência, que não compreende a ciência como representação das "verdades" da natureza, mas como representações que dependem do contexto em que as práticas científicas estão inseridas (Pataca, 2010). Além disso, tomando como base preceitos da História Cultural, também é profícuo considerar que essas representações não são apropriadas de forma passiva (Pestre, 1996), ocorrem mecanismos de resistência que resultam em bricolagens culturais (Certeau, 2014) (Caxito, 2017).…”

Petrocronologia de zircão e monazita em migmatitos: controles estruturais, texturais e geoquímicos na transição anfibolito-granulito

“…Ao longo da Idade Média e início da Idade Moderna, a necessidade de quantificação dos ciclos naturais da Idade Antiga deu lugar aos desdobramentos filosóficos do conceito de tempo na definição das relações humanas, com ênfase para as relações de trabalho e sua divisão em termos de classe, raça e gênero (e.g. Federici, 2004;Dutra et al, 2015;Caxito, 2017).…”