Invisibilidade, preconceito e violência racial em Curitiba

Abstract

O artigo propõe-se analisar o processo de construção de Curitiba enquanto "capital européia" o que, por sua vez, implicou tornar invisível a população negra. Demonstra-se como esta imagem, que pode ser vislumbrada através do projeto arquitetônico da cidade, tem suas origens em um falsa idéia de que o Paraná constituiu-se como um "Brasil diferente", que não teria tido a mesma configuração racial que o restante do país. Principalmente porque, segundo o argumento de intelectuais e pesquisadores locais, não houve escravidão nem população negra significativa. Argumentamos que estas conclusões são incorretas e que tanto no passado quanto hoje há um contigente populacional de negros que são tornados invisíveis, com consequências negativas para este grupo, na assim chamada "capital das etnias"

O Mito Da Capital Das Nações: Curitiba E a Imigração – O Caso Dos Italianos.

“…Em 1992, com a eleição de Rafael Greca de Macedo como prefeito de Curitiba, assiste-se a uma retomada, sob o viés do marketing político, da preocupação de se reforçar o papel do imigrante europeu na formação de Curitiba. Ressalta-se que esta preocupação já havia sido expressa na gestão de Jaime Lerner (1971), do qual Greca pode ser considerado herdeiro político (MORAES, SOUZA, 1999).…”

The Militarization of Urban Marginality: Lessons from the Brazilian Metropolis

“…And, once they are put behind bars, dark‐skinned convicts are subjected to the harshest conditions of detention and suffer the most serious carceral violence, if only for the fact that they come from the most destitute and vulnerable fractions of the working class. Penalizing poverty amounts here to “invisibilizing” the color question and bolsters ethnoracial domination by granting it the imprimatur of the state (Bodè de Moraes and Garcia de Souza 1999; da Silva 2000).…”

Maracatus-Nação y mecado cultural: usos de la cultura pernambucana en escala global

“…En esta época yo vivía en Curitiba, ciudad del sur de Brasil conocida por sus innovaciones relativas a transporte colectivo, movilidad urbana, supuesta ausencia de carnaval 9 y también gran cantidad de descendientes de inmigrantes europeos. Tal característica étnica es reforzada por el poder público, que desde hace mucho tiempo fomenta publicidad y campañas políticas que celebran esa diversidad, pero que nunca menciona a los grupos negros o indígenas que ahí habitan (MORAES & SOUZA, 1999). Actualmente, la presencia de las culturas tradicionales pernambucanas en los medios de comunicación masiva de la región sur de Brasil es algo rara, así que en los años 90, cuando internet no tenía la popularidad de hoy, la distancia cultural entre el Noreste y el Sur de Brasil se sentía aún más lejana.…”