Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária no estado do Ceará, 2010-2014

Abstract

RESUMO Este artigo objetivou descrever o perfil das Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP) nas 22 Regiões de Saúde do Ceará, através de um estudo quantitativo e transversal sobre as hospitalizações ocorridas entre 2010 e 2014. Houve redução das ICSAP nas regiões, com exceção de duas. Na maioria, a ampliação da cobertura da Estratégia Saúde da Família gerou redução na proporção de ICSAP. Entretanto, é necessário um compromisso mais contundente com relação à sua qualidade, à consolidação do processo de regionalização e ao desenvolvimento de ações intersetoriais que impactem em outros determinantes de saúde.

Estratégia Saúde da Família e sua interferência nas internações sensíveis à atenção primária à saúde

“…Quadro 1 -Artigos incluídos na revisão integrativa segundo periódico e ano de publicação, autor principal, tipo de estudo e objetivos -2019. Quanto ao delineamento dos estudos, evidenciou-se uma predominância de estudos ecológicos (60%) (Pinto & Giovanella, 2018;Zarlotti et al, 2017;Santos et al, 2018;Pinto Jr et al, 2018a;Pinto Jr et al, 2018b;Arruda, Schmidt & Marcon, 2018;Arantes, Shimizu & Merchán-Hamman, 2018;Freitas et al, 2018;Araujo et al, 2017;Costa et al, 2017;Magalhães & Morais Neto, 2017;Morimoto & Costa, 2017;Pazó et al, 2017;Costa, Pinto Jr & Silva, 2017;Amorim et al, 2017;Resende & Barbieri, 2017;Costa et al, 2016;Brasil & Costa, 2016;Ceccon, Meneghel & Viecili, 2014;Rodrigues-Bastos et al, 2014;Rehem et al, 2013) seguido de estudo quantitativo ( Alves et al, 2018;Nunes, 2018;Gonçalves et al, 2016;Botelho & Portela, 2017) e estudo descritivo (Mariano & Nedel, 2018;Castro et al, 2015;Santos et al, 2015;Rodrigues-Bastos et al, 2013) com 11,43% cada. Estudo seccional (Souza et al, 2018;Pitilin et al, 2015) (5,71%) e estudos epidemiológico (Pereira et al, 2018), transversal (Cardoso et al, 2013), qualitativo (Rehem et al, 2016) e análise de tendência (Carneiro et al, 2016) apareceram com 2,85% de abordagem cada um.…”

“…Dos objetivos descritos, 42,85% propuseram avaliar o indicador ICSAP associando-os à cobertura da ESF ( Pinto & Giovanella, 2018;Zarlotti et al, 2017;Pereira et al, 2018;Santos et al, 2018;Pinto Jr et al, 2018a;Arruda, Schmidt & Marcon, 2018;Arantes, Shimizu & Merchán-Hamman, 2018;Nunes, 2018;Freitas et al, 2018;Araújo et al, 2017;Resende & Barbieiri, 2017;Costa et al, 2016;Brasil & Costa, 2016;Ceccon, Meneghel & Viecili, 2014;Rodrigues-Bastos et al, 2014); 11,43% buscaram discutir gastos com saúde nessas internações (Pinto Jr et al, 2018b;Morimoto & Costa, 2017;Costa et al, 2016;Brasil & Costa, 2016); 5,71% estudaram o incremento do Programa Mais Médicos por meio deste indicador (Gonçalves et al, 2016;Carneiro et al, 2016); 2,85% investigou características das Unidades Básicas de Saúde associadas ao número de ICSAP (Araújo et al, 2017); 28,57% avaliaram as taxas de internações por causas sensíveis e suas causas (Alves et al, 2018;Mariano & Nedel, 2018;Costa et al, 2017;Magalhães & Morais Neto, 2017;Pazó et al, 2017;Botelho & Portela, 2017;Costa & Pinto Jr, Silva, 2017;Santos et al, 2015;Rehem et al, 2013;Rodrigues-Bastos et al, 2013). Nos demais estudos, 2,85% fizeram uma análise das hospitalizações em mulheres e seus fatores determinantes (Pitilin et al, 2015); discorreram sobre a relação entre a orientação do sistema para a atenção primária e as ICSAP em um hospital universitário (Souza et al, 2018); descreveram as hospitalizações em idosos…”

“…Observa-se que dos 35 artigos levantados, 12 atribuíram as ICSAP como ferramenta de gestão para se avaliar a efetividade da Atenção Primária (Santos et al, 2018;Pinto Jr et al, 2018a;Alves et al, 2018;Freitas et al, 2018;Costa et al, 2017;Magalhães & Morais Neto, 2017;Botelho & Portela, 2017;Costa, Pinto Jr & Silva, 2017;Amorim et al, 2017;Rodrigues-Bastos et al, 2014;Cardoso et al, 2013;Rodrigues-Bastos et al, 2013). Um estudo porém, acredita que a lista brasileira de condições sensíveis à atenção primária é limitada pois não contempla a articulação entre os diferentes níveis de atenção, responsabilizando unicamente a atenção primária por essas hospitalizações sem considerar a importância da articulação das redes de atenção à saúde no acesso e cuidado ao usuário (Rehem et al, 2016).…”

“…Research, Society and Development, v. 9, n. 7, e867975017, 2020 (CC BY 4. Dos resultados levantados, em 27,5% dos trabalhos não se observou associação entre as ICSAP e a cobertura da ESF (Arruda, Schmidt & Marcon, 2018;Freitas et al, 2018;Mariano & Nedel, 2018;Araújo et al, 2017;Morimoto & Costa, 2017;Botelho & Portela, 2017;Costa, Pinto Jr & Silva, 2017;Castro et al, 2015;Rodrigues-Bastos et al, 2014;Cardoso et al, 2013;Rehem et al, 2013). Contudo, houve predominância (47,5%) na redução das ICSAP (Pinto & Giovanella, 2018;Pereira et al, 2018;Santos et al, 2018;Pinto Jr et al, 2018a;Pinto Jr et al, 2018b;Alves et al, 2018;Arantes, Shimizu & Merchán-Hamman, 2018;Nunes, 2018;Costa et al, 2017;Pazó et al, 2017;Botelho & Portela, 2017;Costa, Pinto Jr & Silva, 2017;Amorim et al, 2017;Brasil & Costa, 2016;Carneiro et al, 2016;Castro et al, 2015;Santos et al, 2015;Ceccon, Meneghel & Viecili, 2014;Rodrigues-Bastos et al, 2014) onde 45% relacionou essas hospitalizações com a expansão e fortalecimento da ESF (Pinto & Giovanella, 2018;Zarlotti et al,2017;Pereira et al, 2018;Santos et al, 2018;Pinto Jr et al, 2018a;Pinto Jr et al, 2018b;Alves e...…”

“…A maior parte dos autores (68,6%) ao analisar os fatores que contribuem para a ocorrência de ICSAP associam a forte influência das condições sócioeconômicas da população (Pinto & Giovanella, 2018;Zarlotti et al, 2017;Santos et al, 2018;Pinto Jr et al, 2018a;Arruda, Schmidt & Marcon, 2018;Alves et al, 2018;Arantes, Shimizu & Merchán-Hamman, 2018;Nunes, 2018;Araújo et al, 2017;Magalhães & Morais Neto, 2017;Morimoto & Costa, 2017;Pazó et al, 2017;Costa, Pinto Jr & Silva, 2017;Amorim et al, 2017;Resende & Barbieri, 2017;Gonçalves et al, 2016;Brasil & Costa, 2016;Carneiro et al, 2016;Rehem et al, 2016;Castro et al, 2015;Pitilin et al, 2015;Ceccon, Meneghel & Viecili, 2014;Cardoso et al, 2013;Rehem et al, 2013). Em menor proporção, o perfil demográfico (Zarlotti et al, 2017;Pinto Jr et al, 2018a;Alves et al, 2018;Nunes, 2018;Gonçalves et al, 2016;Brasil & Costa, 2016;Castro et al, 2015;Pitilin et al, 2015), acesso aos serviços de saúde (Arruda, Schmidt & Marcon, 2018;Amorim et al, 2017;Resende& Barbieri, 2017;Brasil & Costa, 2016;Ceccon, Meneghel & Viecili, 2014), características individuais, hábitos de vida e idade…”