Interação entre gatos domésticos (Felis silvestris catus Linnaeus, 1758) cativos e seres humanos

Abstract

Estudos envolvendo o gato doméstico têm sido desenvolvidos, no entanto, ainda são poucos os que avaliam padrões comportamentais e relações interespecíficas. Problemas de comportamento causam transtornos na relação do gato e seu tutor, podendo levar ao abandono do animal, sendo de grande importância a compreensão do comportamento do mesmo para que se possa promover o seu bem estar. Assim, o presente estudo visou investigar o comportamento afiliativo de gatos domésticos cativos frente a presença humana. Foram estudados 16 animais, 06 machos e 10 fêmeas, abrigados no gatil da Sociedade Juizforense de Proteção Animal. Foi possível dividir os indivíduos em três grupos: (I) animais que se aproximam (37,5%, n=9), (II) animais que não se afastam (56,25%, n=6) e (III) animais que se afastam (6,25%, n=1). Ainda que poucas divergências comportamentais tenham sido notadas, elas podem estar relacionadas a características hereditárias e ao histórico de vida, visto que são animais abandonados e/ou resgatados das ruas, alguns com histórico de maus tratos. Foi possível observar animais pouco estimulados, sendo a chegada de visitantes e a presença do investigador, os únicos estímulos oferecidos.

Papel do veterinário no bem-estar em gatos domésticos

“…Segundo Machado et al (2017), muitos gatos não se dão bem em casas com vários gatos, se suas necessidades ambientais não forem atendidas corretamente. No entanto, isso geralmente passa despercebido, a menos que eles lutem, apresentem problemas comportamentais ou desenvolvam uma doença relacionada ao estresse.…”

Gatos, equívocos e desconhecimento na destinação de animais em abrigos: Revisão da Literatura

“…As mudanças no estilo de vida da sociedade do século XXI faz com que o interesse no gato como animal de estimação aumente, por ser interativo, limpo, necessitar menor espaço para viver, alta adaptabilidade e independência quando comparados aos cães (Faraco, 2013;Machado, 2017). Quando pensamos em grandes cidades com mais de 200 mil habitantes, por exemplo, podemos dizer que na maioria delas as características de uso ocupação do solo com o adensamento em número das moradias, a redução do tamanho dos imóveis, e a realidade atual de diminuição do número de membros nas famílias, a formação destas famílias cada vez mais tardiamente na vida das pessoas, vem fazendo com .189 que a necessidade de contato com a natureza e de companhia doméstica, possa ser alcançada pela presença, por exemplo, de um gato como membro desta nova e pequena família no país.…”

“…Entre os equívocos para o abandono dos gatos está o desconhecimento da expressão natural do seu comportamento como, o de eliminação, a marcação territorial, os comportamentos de caça, reprodutivo, comportamentos agonísticos (relacionados a agressividade), comportamento social, (Machado, 2017), e a participação, ou não do animal como transmissor de doenças como, as zoonoses. Outros como, a incompreensão, o descompromisso ou impossibilidade dos seus tutores originais proverem cuidados básicos de alimentação, abrigo e saúde, ou questões pontuais dos tutores como, mudança de casa, separação, morte do cuidador, problemas de saúde, aconselhamento equivocado de profissionais da saúde sobre a presença de gatos em situações específicas ( gestação, processos alérgicos, doenças crônico degenerativas de ocorrência nos seres humanos) são motivos comuns na sociedade atual que comprometem a guarda responsável dos felinos.…”

“…O enriquecimento ambiental é um processo dinâmico onde através de mudanças na estrutura dos ambientes e nas práticas de manejo busca-se aumentar as chances de escolha dos animais, estimulando comportamentos e habilidades característicos da espécie, promovendo aumento nos níveis de bem-estar estar psicológico e fisiológico considerando a perspectiva da biologia comportamental e a história natural dos animais cativos (Young, 2003). Entre as possibilidades de enriquecimento ambiental está o social que pode ser interespecífico e busca ampliar a expressão dos comportamentos naturais do animal, promovendo seu bem-estar através da interação do animal com humanos (Machado, 2017).…”

Comportamento exploratório de filhotes de gatos domésticos (Felis catus) órfãos mediante a introdução de lagarto teiú (Selvator merianae) em ambiente fechado

“…Esse processo de aprendizagem é um fator bastante presente em felinos, principalmente por fazer parte de um grupo de espécies predominantemente de predadores, não perdendo o hábito da caça mesmo com os longos séculos de domesticação (GERBER; JOCHLE; SULMAN, 1973). Podendo ser definida como uma mudança no comportamento resultante das experiências do indivíduo como quando há interação entre indivíduos, seja interespecífica ou intraespecífica considerada assim um enriquecimento ambiental social que visa elevar o bem estar dos indivíduos através do aumento da diversidade comportamental, aumento do número de comportamentos naturais e capacidade sensorial de acordo com as necessidades dos mesmos no ambiente proposto (MACHADO et al, 2017).…”