A coordenação dos serviços de saúde, obtida pela integração e a cooperação entre as unidades de um sistema local, passa pela compreensão das relações interorganizacionais, a identificação de unidades centrais e da dinâmica de trocas, tanto de pacientes, como de informações e conhecimento. O objetivo deste artigo é demonstrar as contribuições da análise de rede social para o sistema de saúde, identificando padrões e estruturas na rede de serviços, por meio de um estudo de caso na prestação de serviços de HIV/AIDS na cidade de Porto Alegre - Brasil. Por meio de entrevistas com os responsáveis pelo atendimento e dados do município, foram pesquisados cinco tipos de relacionamento: envio e recebimento de pacientes, coordenação de caso, programas conjuntos e consultorias. Os resultados indicam uma fraca dinâmica na rede, principalmente nos relacionamentos que não envolvem troca de pacientes, sugerindo que, se há instrumentos estabelecidos, como a marcação de consultas, há maior dinâmica na rede; do contrário apenas observam-se iniciativas locais ou pessoais, que redundam em pouca ou nenhuma ação de coordenação dos serviços. As medidas da rede social também identificam o papel das unidades, a formação de subgrupos e estas informações podem apoiar o gestor local na formulação de políticas e programas para o aprimoramento da governança local.