Infecções secundárias em pacientes internados por COVID-19: consequências e particularidades associadas

Abstract

Objetivo: Descrever as principais características e consequências das infecções secundárias em pacientes internados pela COVID-19. Revisão bibliográfica: A infecção por COVID-19 apresenta variabilidade de sinais e sintomas que podem gerar complicações e evoluir para um quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave. A necessidade de internação em Unidades de Terapia Intensiva e ventilação mecânica relacionam-se ao aumento das taxas de coinfecções e superinfecções e piores desfechos clínicos. Os patógenos mais frequentemente associados a essas infecções são Gram positivos, no início da coinfecção, com mudança de perfil, para Gram negativos, ao longo da internação. Observou-se também a coinfecção viral e fúngica, influenciando na gravidade do quadro. O uso de drogas imunossupressoras, com finalidade de frear a atividade inflamatória exacerbada nesses pacientes e a necessidade recorrente de procedimentos invasivos, são fatores de risco bem descritos para o desenvolvimento de infecções. Considerações finais: É fundamental que a vigilância infecciosa rigorosa seja implementada como rotina nos centros de assistência a pacientes com COVID-19, bem como estudos devem ser ampliados no sentido de otimizar o tratamento das infecções secundárias, reduzir seus impactos e, idealmente, preveni-las sempre que possível.

Gravidade respiratória e fatores sociodemográficos associados ao desfecho clínico de pacientes com COVID-19 no Ceará

“…Outro fator relativo da gravidade da doença pode ser o tempo de internação hospitalar, o qual, quando prolongado, indica relação com presença de coinfecções e superinfecções hospitalares, sugerindo maior debilidade do organismo e necessidade de maior suporte multiprofissional 25 . Em pesquisa de prontuário, em hospital de Brasília, observou-se tempo de internação semelhante ao apresentado na presente pesquisa, com variação de 12,5 dias 26 .…”

Infecções secundárias causadas por bactérias do grupo ESKAPE e impacto à saúde de pacientes com complicações da Covid-19 – uma revisão integrativa

“…Nesse contexto, uma pesquisa recentemente publicada menciona que as coinfecções bacterianas ou infecções secundárias em pacientes com COVID-19 estão associadas a um pior prognóstico, maiores taxas de mortalidade intra-hospitalar, ventilação e tempo de internação (Wu, 2022). Portanto, é crucial a identificação adaptada à epidemiologia local e aos padrões de resistência, para assim melhorar a sobrevida desses pacientes (Fernandes, et al, 2021;Stringhetta, et al, 2022;Husain, et al, 2022).…”

Terapia Fotodinâmica no tratamento de lesões bucais em pacientes com COVID-19 em UTI: Relato de dois casos

“…Além disso, estudos histológicos sobre trombose periférica revelam que as manifestações na cavidade oral podem ser uma consequência do dano vascular trombótico na mucosa, acarretando em uma vasculite por meio de diferentes mecanismos, como, por exemplo, um efeito direto do coronavírus nas células endoteliais gerando alterações na coagulação e/ou indiretamente pelo desencadeamento de reações imunes ou autoimunes exageradas (Cruz, et al, 2020;Favia, et al, 2021;Soares, et al, 2020). A falta de higiene oral também é descrita como um fator de risco, já que corrobora diretamente ao aumento dos índices de pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM), que também é uma das principais causas no aumento do tempo de internamento dos pacientes (Costa, et al, 2022;Fernandes, et al, 2021;Iranmanesh, et al, 2020).…”

“…As alterações bucais de pacientes com COVID-19 têm sido variadas, com grande citação em estomatite aftosa, lesões virais herpetiformes, candidíase, vasculite, lesões tipo Kawasaki, lesões tipo Eritema multiforme, mucosite, erupção por droga e queilite angular (Bermúdez, et al, 2021;Iranmanesh, et al, 2021;Santos, et al, 2021;Villarroel-Dorrego, et al, 2022). No entanto, ainda não existe um consenso sobre a origem fisiopatológica dessas manifestações, as quais podem estar relacionadas aos medicamentos administrados durante o tratamento da infecção por SARS-CoV-2, ao quadro de imunossupressão, infecções secundárias (Batista, et al, 2022;Costa, et al, 2022;Fernandes, et al, 2021;Ripa, et al, 2021;Santos, et al, 2020), complicações iatrogênicas, infecção viral direta, estresse ou fatores sistêmicos subjacentes (Bermúdez, et al, 2021;Fernandes, et al, 2021;Iranmanesh, et al, 2021;Hocková, et al, 2021).…”

“…Além disso, pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com COVID-19 comumente evoluem com Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA), onde se faz necessário o uso de ventilação mecânica (VM) com intubação orotraqueal (IOT) tornando-os mais vulneráveis a pneumonia secundária, lesão cardíaca, infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), sepse, lesão renal e distúrbios neurológicos, o que consequentemente aumenta o tempo de permanência na UTI e a taxa de mortalidade (Costa, et al, 2022;Fernandes, et al, 2021;Hocková, et al, 2021;Ripa, et al, 2021). Frente a isso, a adoção de medidas para tratamento dessas complicações sistêmicas é necessária, e realização de pronação e prescrição de terapias medicamentosas são atribuídas com resultados positivos, porém ao mesmo tempo, úlceras de pressão, quadros de imunossupressão e infecções oportunistas são observadas na cavidade bucal (Fernandes, et al, 2021;Hocková, et al, 2021;Ripa, et al, 2021).…”