O presente artigo lê unidades de Fragmentos de um discurso amoroso, de Roland Barthes, esquadrinhando as relações que ali aparecem entre amar, escrita e língua, donde puxa fios de aspectos mais amplos do livro e da obra do autor. Lemos Fragmentos em rede com seus arredores escriturais, como diários e artigos, e vemos que a escrita ensaística, longe de abandonar reivindicações teóricas relativas a acepções de escrita, sujeito e outras bandeiras pelas quais Barthes bateu-se publicamente nos anos precedentes, pressupõe-nas e as integra. Nesse sentido, conforme o livro coloca em questão não apenas um objeto (o discurso amoroso), mas também o seu próprio fazer enquanto escrita que se quer amorosa, a prática de escrever é ali recolocada em outros termos: no interminável de uma ferida.