Incidência De Lesões Por Pressão Em Pacientes Internados Em Unidades De Terapia Intensiva

Abstract

Programas de cuidado com a pele para a prevenção de lesões, baseados em diretrizes internacionais, têm contribuído para a diminuição do número de lesões de pele em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), embora nem todos os fatores de risco para o seu desenvolvimento sejam conhecidos, devido às especificidades de cada paciente, de cada doença associada e da realidade das instituições de saúde. As lesões por pressão são um desafio a ser enfrentado na internação dos pacientes nas Unidades de Terapia Intensiva, pois a ocorrência de lesões prolonga a internação, aumenta custos e favorece a ocorrência de infecções. Perante isso, o objetivo do estudo foi avaliar a incidência de lesões por pressão em um Hospital da Serra Gaúcha, no período de Janeiro a Outubro de 2017. Para tanto, trata-se de um estudo de coorte retrospectivo, descritivo. Os dados foram coletados por meio da consulta a prontuários eletrônicos, no segundo semestre de 2017. Foram coletados dados de 39 pacientes, onde a incidência de lesão por pressão foi de 6,19%. Destes a maioria eram do sexo masculino (71,8%), acometendo, principalmente, a região sacral (71,8%). Evidencia-se neste estudo que o surgimento das lesões por pressão, ainda é uma realidade durante a internação dos pacientes na UTI e o enfermeiro tem papel fundamental no planejamento das ações e cuidados de enfermagem, no tratamento e escolha de coberturas adequadas. Ainda, o profissional enfermeiro tem um papel relevante enquanto educador da equipe, pacientes e familiares tendo em vista a melhor compreensão e sensibilização de todos os sejeitos envolvidos nesse processo.

Evolução do estadiamento de lesões por pressão de pacientes internados em unidade de terapia intensiva

“…A variável desfecho clínico descrita neste estudo apresentou predominância dos pacientes que receberam alta para outro setor. Tais resultados diferem de outras pesquisas com pacientes portadores de LP em UTI que apontam um predomínio do tipo Enfermagem Brasil 2022(6):693-708 de alta por óbito [12,27,28]. Desta forma, o perfil da amostra deste estudo, em sua maioria adultos jovens, internados por causas clínicas, pode resultar em melhor prognóstico, comparado a pacientes idosos e/ou portadores de comorbidades, com maiores chances de apresentarem um desfecho negativo [12].…”

“…Com relação ao estadiamento das LP de acordo com as regiões corpóreas, a sacra apresentou maior prevalência, referente ao estágio 2. Além disso, com exceção da região calcânea D, todas as regiões também foram notificadas com maior prevalência no estágio 2 assim como o evidenciado na literatura [12,27].…”

Incidência de lesão por pressão em pacientes hospitalizados: Uma revisão de literatura

“…Quanto a classificação da LPP, predominaram as LPP estágio 2 nos estudos de Silva et al (2013), Candaten et al (2019) e Teixeira et al (2017) com predomínio acima da metade em cada um deles. O estudo de Otto et al (2019) apresentou prevalência maior dos estágios 1 e 2, e a pesquisa de Borghardt et al (2016) foi a única que apresentou maior incidência no eságio 1.…”

“…Em relação a ocorrência de lesões quanto à região anatômica, a maior incidência de LPP em todos os 5 estudos foi na região sacral: Silva et al (2013) com 27,3%;Borghardt et al (2016) com 47%;Candaten et al (2019) com 71,8%;Teixeira et al (2017) com 46,4%;e Otto et al (2019) com 30,9%. A restrição do paciente ao leito pode colaborar para o surgimento de LPP na região sacral, como por exemplo a concentração do peso do paciente acamado nessa região por angulação do leito superior a 30° ou cisalhamento (SILVA et al (2017) Segundo Silva et al (2013), Borghardt et al (2016) e Candaten et al (2019), houve elevada incidência de óbito entre os pacientes que desenvolveram LPP. Este alto índice de mortalidade pode estar relacionada com a gravidade do quadro geral de saúde destes pacientes, e não pode ser atribuído apenas ao fato de este ter sido acometido com o surgimento de LPP.…”

O papel do enfermeiro na prevenção de lesões por pressão em UTI adulto

“…Diversos elementos de risco estão correlacionados ao surgimento de LPP, incluindo modificações no estado de consciência, deficiência nutricional, redução da perfusão tecidual, administração de drogas vasoativas, quadros de sepse, uso de sedativos e a presença de comorbidades como diabetes mellitus e doença vascular. Adicionalmente, a exposição física prolongada da pessoa a condições como umidade, cisalhamento e imobilidade no leito durante internações prolongadas também desempenha um papel significativo (MARTINS CVP e FIGUEREDO RC, 2022; CALDINI LN, et al, 2017;CANDATEN AE, et al, 2019). A lesão por pressão em uma unidade de terapia intensiva representa um desafio significativo e um problema sério de saúde.…”