Inativação de cistos de Giardia duodenalis por peroxidação e peroxidação assistida por radiação ultravioleta

Abstract

No presente trabalho foi avaliado um processo oxidativo avançado (POA), peróxido de hidrogênio assistido por radiação ultravioleta (H2O2/UV), e um processo oxidativo, peroxidação (H2O2), na inativação de cistos de Giardia duodenalis. Foram utilizadas concentrações de peróxido de hidrogênio de 15 mg.L-1 e 6x103 mg.L-1 e dose de UV de 44, 2.736 e 5.472 mW s.cm-2. A eficiência dos processos foi aferida com base na observação de danos à parede dos cistos por meio da reação de imunofluorescência direta (RID) e da microscopia eletrônica de varredura (MEV). Quando utilizada a menor dose de radiação e concentração de oxidante, o POA se mostrou mais eficiente que a peroxidação tanto em causar dano na parede de G. duodenalis quanto em reduzir o número de cistos. Com a aplicação do POA e da peroxidação houve uma redução média de 45,2 e 22,6% do número de cistos de G. duodenalis, sendo que, em média, 42 e 29,4% dos cistos restantes apresentaram danos, respectivamente.

Impacto do reúso agrícola de efluente tratado e desinfetado nas propriedades do solo e na produtividade de uma cultura de trigo

“…A versatilidade dos POA está associada aos diferentes modos de se produzir OH Utilizando uma dose de radiação UV de 44 mJ cm -2 e 15 mg L -1 de H2O2, por 5,5 segundos, 45,6% dos cistos remanescentes apresentavam danos na sua estrutura, enquanto, com uma dose de UV igual a 5.472 mJ cm -2 e 6.000 mg L -1 de H2O2, 46,0% dos cistos foram danificados (GUIMARÃES et al, 2015).…”

“…A porcentagem média de cistos danificados pela associação entre 15 mg L -1 de H2O2 e UV-LED (255/280/405 nm) alcançou 78% (Tabela 3-8). Ao contrário dos demais desinfetantes avaliados, não foram testadas diferentes concentrações de H2O2 e/ou combinações de comprimentos de onda, os valores aqui aplicados foram baseados em bons resultados encontrados na literatura (GUIMARÃES et al, 2015;SILVA;LEONEL;TONETTI, 2020) e em etapas prévias a essa pesquisa (dados não apresentados).…”

“…Os radicais OH• são ROS altamente reativas e não seletivas, capazes de danificar todos os tipos de macromoléculas nas células, levando a degradação de carboidratos, lesões no DNA, danos nas membranas celulares, desnaturação de proteínas e inativação de enzimas (SONG; TAGHIPOUR; MOHSENI, 2019a; WANG; XU, 2012). Acredita-se que o radical hidroxila aja sobre os cistos de Giardia pela oxidação das CWP, provocando o rompimento dos grupos sulfidrilas (-SH) e das pontes de dissulfeto (S-S), provocando descaracterização e alteração das propriedades da parede e das membranas dos cistos, assim como ocorre a ação do ácido peracético (item 3.3.2) (GUIMARÃES et al, 2015).…”

“…Devido ao caráter não seletivo do radical OH•, a matéria orgânica e mesmo compostos recalcitrantes presentes no efluente podem sequestrar parte dos radicais gerados pelo POA, diminuindo a quantidade disponível para o processo de desinfecção. O que justifica o menor número de cistos danificados contabilizados nesse estudo, em comparação aos resultados obtidos por Guimarães et al (2015). Os autores utilizaram 15 mg L -1…”