As transformações engendradas no campo da arte-educação, a investigação epistêmica que a arte projeta nas escolas serão questões discutidas neste trabalho com suas limitações e possibilidades. Para Walter Benjamin (1975), a arte e o fenômeno da reprodutibilidade impactam na formação cultural das massas, por isso, busca redefinir o valor da obra de arte à autenticidade formativa, religando os desencontros culturais. A reprodutibilidade técnica, com a evolução cinematográfica, fotográfica e da (hiper) comunicação midiática afeta as múltiplas dimensões do campo da arteeducação, subsumida a datas comemorativas e exercícios abstratos mascarados em uma espécie de manipulação imediata e autoritarismo visual pelo viés da reprodução mecânica, obscurecendo as potencialidades sensíveis, estéticas e éticas da criatividade, como forma de recontextualização do estudo das formas de arte e do trabalho artístico e expressivo na educação. Embora a arte seja o produto da sensibilidade, da imaginação e da autenticidade humana, a condição de reprodutibilidade formula simplesmente a cópia e a pintura de desenhos, a reprodução de esculturas ou aplicação da tecnologia artística com olhar digital. O estado de submissão e reprodução de fenômenos no campo político, moral, ético e artístico invade o contexto escolar subtrai o pensamento às formas de dominação, submissão, repetição e conformismo de uma arte como trabalho técnico da obediência, no desencontro da expressão e construção da sensibilidade humana. Para Walter Benjamin, há uma crise na aceitação do pensar diferente nas escolas, além do mundo empírico chegando ao espiritual, desafiando o saber que é poder manusear, poder compreender vinculado ao mundo educativo, limitando a criatividade de um pensamento crítico e induzindo as novas gerações às reproduções mecanizadas do mundo administrado. Diante disso, defendemos com Benjamin uma revitalização da vida escolar com base na liberdade de expressão dos estudantes, nas formas de pensar, criar e viver, para um autodesenvolvimento pedagógico com valores e alegria, visto que a arte-educação como expressão e construção não é mera receptividade imitativa ou reprodutiva. O (re/des)encontro de discussões indica a necessidade de uma reforma educacional radical, cuja autonomia cultural necessitaria ouvir o outro e discutir livremente, sem tutela, para compreender as necessidades