Ieipari: sacrifício e vida social entre os índios Arara (Caribe)

Pintar como relação: interações de pessoas e pinturas nas paredes de pedra

“…Entre os aspectos destacados por um ampla produção etnológica que tem as comunidades ameríndias como tema, seja em esforços de síntese, seja em etnografias, está a natureza intensamente relacional das cosmologias indígenas -o que se observa inclusive entre autoras(es) de orientações teóricas um pouco diversas. Esse destaque pode ser encontrado tanto nas sínteses proponentes do perspectivismo ameríndio (Viveiros de Castro, 2002a;Lima, 1996Lima, , 2005 e nas etnografias de pesquisadoras(os) ligadas(os) a essa construção teórica (Vilaça, 1992;Lima, 2005;Fausto, 2001;Teixeira-Pinto, 1997;Viveiros de Castro, 1986, 2002b, quanto em sínteses de outras tendências (Descola, 2005;Gallois, 2005) e em outras produções etnográficas (Overing, 1991;Lea, 2012;Novaes, 2006;Descola, 2006;Kopenawa & Albert, 2015).…”

“…As relações que se estabelecem entre pessoas e animais, entre pessoas e plantas, entre pessoas e seres sobrenaturais são sociomorfas, ou seja, têm o mesmo caráter das relações entre humanos. A predação, a afinidade, a consanguinidade se veem desdobradas nas relações com os animais caçados, com os inimigos, com as plantas cultivadas, com seres sobrenaturais (Viveiros de Castro, 2002a;Vilaça, 1992;Lima, 2005;Teixeira-Pinto, 1997;Descola, 2006;Fausto, 2001;Barcelos Neto, 2008). Fenômeno recorrentemente presente nas etnografias e explicitamente destacado nas sínteses (Viveiros de Castro, 2002a;Descola, 2005), os animais edíveis são postos numa forma relacional de semelhante natureza que os afins humanos, sendo outros, portanto, mas sendo potencialmente conversíveis em integrantes diretos da pessoa, pela aliança ou pela predação.…”

Reflexionando sobre los Yanomami: : Imágenes etnográficas y la búsqueda de lo exótico

“…Quizás también porque los indígenas están geográficamente, si no socialmente, más cerca de nosotros, no están cargados con el mismo peso de exotismo que se encuentra en los escritos antropológicos en otros lugares. Se han escrito libros etnológicos (Melatti, 1983;Ramos, 1986) con el propósito explícito de informar al público sobre las sociedades indígenas, resaltando la importancia de conocer sus costumbres más allá de las simplificaciones empaquetadas en estereotipos, enfatizando la legitimidad de diferentes formas de vida y señalando lo peligrosa que puede ser la falta de comprensión cultural para los pueblos indígenas. No lamentamos el tiempo que invertimos en la escritura de tales libros y que nos desvía de los esfuerzos intelectuales más potentes, pues las publicaciones de este tipo llegan a ciertos sectores del público y tienen un efecto, por pequeño que sea.…”

De estruturas a corpos e seres

“…A morte é um momento de primeira relevância na construção da pessoa, que deixa a condição de vivente e de membro da comunidade e passa à condição de morto e, portanto, de Outro. A condição de alteridade dos mortos é outro elemento amplamente compartilhado pelas filosofias ameríndias, alteridade essa potencialmente perigosa (VILAÇA, 1992;FAUSTO, 2001;LIMA, 2005;VIVEIROS DE CASTRO, 1986;2002;DESCOLA, 2006;TEIXEIRA-PINTO, 1997; VAN VELTHEM, 2003;BARCELOS NETO, 2008;LEA, 2012;TEIXEIRA-PINTO, 1997;KOPENAWA e ALBERT, 2015;NOVAES, 2006;Pesquisadores WAJÃPI, 2018). Os mortos não são 'membros fundadores' da comunidade dos vivos e não atuam como elemento estruturante no interior dela.…”

“…Essas diferentes partes guardam igualmente personitude e agência, porém em condições distintas, e mantêm-se em relação, efetiva ou potencial, com os vivos, que buscam evitá-las ou interagir com elas, dependendo de que parte se trata e do que se pretende e espera. -as especificidades variam significativamente entre os povos ameríndios (KOPENAWA e ALBERT, 2016;VIVEIROS DE CASTRO, 1986;LEA, 2012;NOVAES, 2006;VILAÇA, 1992;TEIXEIRA-PINTO, 1997).…”