Nas instituições hospitalares, a divisão entre áreas fins (do negócio) e áreas meio (administrativas), repercute na gestão entre duas instâncias: especialistas gestores (os médicos) e gestores administrativos. Historicamente, os médicos vêm ocupando posições executivas nessas instituições, no entanto, ser gestor não costuma ser um desejo ou um fator motivador para os médicos, que encontram seu reconhecimento na especialidade médica escolhida. O estudo realizado é de caráter exploratório, tendo como estratégia a pesquisa de campo. Foram realizadas 21 entrevistas qualitativas, semiestruturadas, com gestores médicos que atuam em instituições hospitalares ligadas à ANAHP – Associação Nacional dos Hospitais Privados, no Brasil. Todas as entrevistas realizadas foram gravadas em áudio, transcritas para texto e categorizadas, sendo organizadas e analisadas por meio do software de pesquisa qualitativa NVivo 10®. Para discussão e interpretação dos dados de pesquisa, utilizou-se a análise de conteúdo, englobando a análise textual discursiva. Como principais resultados aponta-se que o gestor médico entende e se reconhece diante desse processo identitário (de médico a gestor médico), mas apresenta inseguranças em se reconhecer plenamente na função de gestão. No contexto das instituições hospitalares, no que concerne ao desenvolvimento de gestores médicos, estruturar um processo que integre mentoring e aconselhamento de carreira parece ser fundamental.