“…No tocante às dívidas intelectuais de Freyre que podem tê-lo informado no tipo de tratamento dedicado à experiência latino-americana, além das inuências de autores britânicos denunciadores "do capitalismo industrial, da feiura da modernidade" (PALLARES-BURKE, 2005, p. 48-49), salienta-se o sentimento de desconforto e estranhamento que o aproximava de intelectuais espanhóis da virada do século XIX para o XX (BASTOS, 1998a;BASTOS, 1998b), tanto quanto de pensadores e literatos latino-americanos das primeiras décadas do século passado (CRESPO, 2003), também eles insatisfeitos com a adoção automática do modelo civilizatório europeu e norte-americano como padrão de medida universal (BURKE; PALLARES-BURKE, 2009; SCHNEIDER, 2012). A empatia de Freyre com esses universos intelectuais variados decorreria de certa homologia de seus contextos sociais, comumente retratos em descompasso (cultural, econômico, político, comportamental, institucional, natural, estético etc.)…”