Abstract:Embora a homeopatia seja uma especialidade médica reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina desde 1980, com pressupostos científicos estabelecidos, aplicação clínica diversa, projetos nas áreas de pesquisa básica e clínica, oferecida nos serviços públicos de saúde e com iniciativas de ensino na graduação médica, a desinformação sobre esta peculiar racionalidade se encontra arraigada na cultura médica. Este estudo objetivou mensurar a desinformação quanto aos pressupostos homeopáticos existente entre estuda… Show more
“…Promoting the introduction of the theme in the curricula of courses in the area of health would be a measure to be considered. 18,20 In most cases, such courses do not provide knowledge about other types of medicine and therapies, including These data emphasize the current paradox, where a high level of social medicalization, belief in science and biomedicine and consistent growth in the search for other types of care coexist. 11,21 Results of the present study do not provide in-depth analyses or explanations about the position of most professionals, although they suggest that there is sensitization to the social movement to revalue CIT.…”
OBJETIVO: Analisar a percepção de profissionais da Estratégia de Saúde da Família sobre práticas integrativas e complementares. MÉTODOS: Estudo com 177 médicos e enfermeiros a partir de um questionário auto-aplicado em 2008. As variáveis desfecho foram "interesse pelas práticas integrativas e complementares" e "concordância com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares". Sexo, idade, graduação, pós-graduação, tempo de formado e de trabalho, possuir filhos, oferta de práticas integrativas e complementares no local de trabalho e uso de homeopatia ou acupuntura compuseram as variáveis independentes. Os dados foram analisados pelo teste do qui-quadrado e teste exato de Fisher. RESULTADOS: Dezessete centros de saúde ofereciam práticas integrativas e complementares; 12,4% dos profissionais possuíam especialização em homeopatia ou acupuntura; 43,5% dos médicos eram especialistas em medicina de família e comunidade/saúde da família. Dos participantes, 88,7% desconheciam as diretrizes nacionais para a área, embora 81,4% concordassem com sua inclusão no Sistema Único de Saúde. A maioria (59,9%) mostrou interesse em capacitações e todos concordaram que essas práticas deveriam ser abordadas na graduação. A concordância com a inclusão dessas práticas mostrou-se associada significativamente com o fato de ser enfermeiro (p = 0,027) e com o uso de homeopatia para si (p = 0,019). Interesse pelas práticas complementares esteve associado a usar homeopatia para si (p = 0,02) e acupuntura para familiares (p = 0,013). CONCLUSÕES: Existe aceitação das práticas integrativas e complementares pelos profissionais estudados, associada ao contato prévio com elas e possivelmente relacionada à residência/especialização em medicina de família e comunidade/saúde da família.
“…Promoting the introduction of the theme in the curricula of courses in the area of health would be a measure to be considered. 18,20 In most cases, such courses do not provide knowledge about other types of medicine and therapies, including These data emphasize the current paradox, where a high level of social medicalization, belief in science and biomedicine and consistent growth in the search for other types of care coexist. 11,21 Results of the present study do not provide in-depth analyses or explanations about the position of most professionals, although they suggest that there is sensitization to the social movement to revalue CIT.…”
OBJETIVO: Analisar a percepção de profissionais da Estratégia de Saúde da Família sobre práticas integrativas e complementares. MÉTODOS: Estudo com 177 médicos e enfermeiros a partir de um questionário auto-aplicado em 2008. As variáveis desfecho foram "interesse pelas práticas integrativas e complementares" e "concordância com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares". Sexo, idade, graduação, pós-graduação, tempo de formado e de trabalho, possuir filhos, oferta de práticas integrativas e complementares no local de trabalho e uso de homeopatia ou acupuntura compuseram as variáveis independentes. Os dados foram analisados pelo teste do qui-quadrado e teste exato de Fisher. RESULTADOS: Dezessete centros de saúde ofereciam práticas integrativas e complementares; 12,4% dos profissionais possuíam especialização em homeopatia ou acupuntura; 43,5% dos médicos eram especialistas em medicina de família e comunidade/saúde da família. Dos participantes, 88,7% desconheciam as diretrizes nacionais para a área, embora 81,4% concordassem com sua inclusão no Sistema Único de Saúde. A maioria (59,9%) mostrou interesse em capacitações e todos concordaram que essas práticas deveriam ser abordadas na graduação. A concordância com a inclusão dessas práticas mostrou-se associada significativamente com o fato de ser enfermeiro (p = 0,027) e com o uso de homeopatia para si (p = 0,019). Interesse pelas práticas complementares esteve associado a usar homeopatia para si (p = 0,02) e acupuntura para familiares (p = 0,013). CONCLUSÕES: Existe aceitação das práticas integrativas e complementares pelos profissionais estudados, associada ao contato prévio com elas e possivelmente relacionada à residência/especialização em medicina de família e comunidade/saúde da família.
“…Homeopathic medicine was introduced to Brazil in the XIX century and is currently ranked the 16th medical specialty with the largest contingent of professionals among 61 specialties analyzed in the survey conducted in 1996 7,8,23 . Nevertheless, only 17 schools of medicine among 115 analyzed in Brazil have been teaching homeopathic principles, and among these not all respect the minimum curriculum of 45 minutes per lesson as suggested by the Brazilian Homeopathic Medical Association 24 .…”
Section: Discussionmentioning
confidence: 99%
“…According to Teixeira et al 7 , over 85% of the medical students at the University of São Paulo considered that homeopathy and acupuncture should be included in curricula, as options (72%) or compulsorily (19%); while 56% showed a great interest in learning about them. In another study conducted during a medical students' conference, Teixeira 8 found that 43% of students did not recognize homeopathy as a "medical specialty", they were all unaware that it was "available through public health services" 8 9 , only 40% (99) of 247 medical students, from the University of Campinas, correctly answered the questions about homeopathy principles and 25% of them were completely incorrect in their answers.…”
Evidence-based medicine and prejudice-based medicine: the case of homeopathy Medicina baseada em evidência e medicina baseada em preconceito: o caso da homeopatia Medicina basada en la evidencia y medicina basada en el prejuicio: el caso de la homeopatía
“…Analogamente, instituições acadêmicas passaram a desenvolver atividades de ensino e treinamento que valorizam as dinâmicas espirituais e religiosas na saúde integral dos pacientes, incorporando conceitos da metaantropologia ou antropologia espiritual à formação dos profissionais da saúde, ampliando a compreensão da natureza biopsicossocioespiritual humana e seu processo de adoecimento [80][81][82][83][84][85] Engana-se quem despreza a incorporação desses contributos filosóficos, vitalistas e espirituais à prática médica moderna, pois, além de incrementar a resolutividade das doenças e tornar a relação médico-paciente mais humanizada, amplia o entendimento do processo integralizante do adoecimento humano (corpo-menteespírito), aspectos bastante valorizados em pesquisas que levantaram os motivos da procura pela população e pela classe médica por terapêuticas não convencionais [88][89][90][91][92][93] .…”
Antropologia é a ciência que tem como objetivo estudar o homem em sua pluralidade de modos de vida e de pensamento, incorporando os diversos aspectos da individualidade às suas modalidades de estudo (biológica, social, cultural e filosófica). Por sua vez, a Antropologia Médica estuda os fatores que influenciam o processo saúde-doença, incluindo os aspectos biossocioculturais e os variados sistemas de saúde. Seguindo o objetivo intrínseco de estudar o homem em sua pluralidade, a Antropologia Médica Vitalista fornece subsídios filosóficos para uma ampliação do entendimento do processo de adoecimento, analisando o mecanismo saúde-doença em conformidade com a estrutura ontológica humana. Fundamentando o diagnóstico e o tratamento das doenças em diversas racionalidades médicas não convencionais (Medicina Tradicional Chinesa, Medicina Tradicional Indiana, Medicina Homeopática e Medicina Antroposófica), a concepção vitalista é uma doutrina filosófica que considera a existência de uma força (princípio) vital responsável pela manutenção da saúde e da vida, unida substancialmente ao corpo físico. Além disso, valorizando a interação de outras instâncias superiores da individualidade humana (mente, alma e espírito) no equilíbrio fisiológico-vital, a concepção vitalista inclui a influência dos pensamentos, sentimentos e emoções na etiopatogenia e na evolução das doenças, aspectos difundidos pela dinâmica psicossomática moderna e pelo recente campo de pesquisas que relaciona a saúde à espiritualidade.
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