O presente ensaio de Antropologia Visual tem o objetivo de narrar, imageticamente, por meio de uma fotoetnografia, o cotidiano citadino de trabalhadores, em suas múltiplas experiências que, em função das condições sociais ou da profissão que exercem, não têm condições de cumprir as recomendações do distanciamento social, durante a pandemia da COVID-19, na cidade de Cascavel-PR. O artigo encontra-se estruturado em duas partes. Na primeira, formada por um texto escrito, recorremos ao conceito de apartheid, como perspectiva de análise para mostrar seus efeitos no cotidiano de trabalhadores; assim, apresentamos, brevemente, o campo de Antropologia Visual e da fotoetnografia. Por fim, discorremos sobre nosso campo de pesquisa, marcado por profundas evidências de vulnerabilidade e injustiça social. Na segunda parte, formada, essencialmente, por uma linguagem imagética, apresentamos o cotidiano dos nativos. Com essa organização, ao recorrermos às linguagens textual e imagética, oferecemos ao leitor duas possibilidades de entrada para percorrer os múltiplos corredores de interpretações, sendo possível escolher entre iniciar a leitura pelas imagens ou pela escrita textual.