A prática de atos infracionais por jovens vem se configurando cada vez mais como questão de saúde pública, dado o impacto na vida dos/as adolescentes e da sociedade em geral. A presente pesquisa investigou o impacto da medida socioeducativa de Liberdade Assistida na auto-organização do projeto de vida de adolescentes autores/as de ato infracional. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, de caráter descritivo-exploratório com a colaboração de 13 adolescentes, com idade entre 12 a 18 anos incompletos. Os dados foram coletados por meio de um questionário de caracterização sociofamiliar e entrevistas individuais com roteiro semiestruturado, as quais foram gravadas e transcritas integralmente. O roteiro de entrevista contemplou questões norteadoras, as quais abordaram as experiências vivenciadas pelos/as adolescentes durante e depois do cumprimento da medida socioeducativa. Os resultados apontaram para quatro categorias significativas para auto-organização dos/as jovens na ocasião da medida: 1) Vínculos familiares e afetivos; 2) O trabalho e o estudo; 3) As relações interpessoais; 4) A relação com o/a Orientador/a. Constatou-se, nesta pesquisa, que a abordagem ampliada da medida socioeducativa conforme previsto pelo ECA e pelo SINASE impacta positivamente na auto-organização do/a adolescente e contribui para a estruturação do projeto de vida.