História Política e a “Nova História”: um breve acerto de contas.

Abstract

O estudo aqui exposto traz uma reflexão sobre a história política mais detalhadamente sobre seu processo de renovação, juntamente com a renovada historiografia proposta melo movimento dos Annales, durante o século XIX na França. A história política hoje se faz um campo aberto, é difícil – e este nem é nosso interesse – de delimitar seu campo de atuação, sua área fronteiriça. Porém, o que se mostra no presente, como uma característica dos métodos e objetos da história política não era nem de longe um traço em seu modo de discutir e demonstrar o conhecimento histórico. Cabe, então, várias perguntas, mas uma delas torna-se mais pertinente: como entender essa nova história política? O presente artigo pretende contribuir para o debate historiográfico em torno da história política.

Política de atenção ao HIV/AIDS no Brasil: forças e valores a partir de uma aproximação genealógica

“…Se estende pelo século XX a partir do diálogo da história com as demais ciências sociais, e se torna em um dos paradigmas historiográficos mais influentes do cenário contemporâneo. (Bloch, 2001;Bentivoglio e Lopes, 2013;Pereira e Assis, 2011;Clemente, 2011;Tinoco, 2014;Janotti, 2005). 26 A problematização dos fatos sobre a vida em sociedade, os homens e suas vivências, faz com que, na década de 70, pela terceira geração da Escola de Annales, componha-se o movimento conhecido como a Nouvelle Historie.…”

“…Diante das intensas transformações sociais, advindas das contestações da legitimidade do poder em todas as suas formas, os historiadores são chamados à compreender as estruturas políticas e econômicas da sociedade, e também se aproximavam de suas representações coletivas. Esse movimento lança mão de escritos a partir de uma diversidade de fontes que apontam uma visão ampla e interdisciplinar de suas perspectivas (Bloch, 2001;Bentivoglio e Lopes, 2013;Pereira, Assis, 2011;Clemente, 2011;Tinoco, 2014;Janotti, 2005 Em nossos dias, a história é o que transforma os documentos em monumentos e que desdobra, onde se decifravam rastros deixados pelos homens (...), uma massa de elementos que devem ser isolados, agrupados, inter-relacionados, organizados em conjunto (Foucault, 2012, p. 8).…”

“…Ainda assim, estão entre os piores indicadores de mortalidade, inclusive por AIDS.A negação de direitos a que os negros estão submetidos (escolaridade, renda, longevidade), a construção de auto-imagem negativa aliada à pobreza, violência e dificuldade de acesso aos serviços de saúde podem contribuir para aumentar a vulnerabilidade às DST/HIV. Mesmo com a estabilização no número de casos de Aids no Brasil nos últimos anos, a transmissão da doença atingiu com mais intensidade a população negra (Clemente, 2011)…”

“…A AIDS era medo, peste gay, coisa de pobre, castigo, as pessoas não queriam chegar perto. Ainda vejo muito pouca discussão dos dados de AIDS Historicamente os acessos da população negra aos serviços de saúde, bem como às demais estruturas sociais, são prejudicados por conta da inserção destes na sociedade, tal como pontuado porClemente (2011), ao evidenciar que as mulheres negras doentes de AIDS vivenciam mais histórias de peregrinação em busca de internação e tratamento que as demais; que mulheres negras em São Paulo apresentam piores condições de escolaridade, moradia, rendimento individual e A contextualização da AIDS, a partir do perfil de mortalidade e da expressão de comportamentos, que apontam nos corpos os sinais "do pecado", do desregrado, do desvio e da anormalidade, constroem os sujeitos da epidemia, isolando alguns e tornando outros como alvo das estratégias de controle, que sofreriam os efeitos das verdades construídas.Dentre as forças que fazem parte da epidemia, tem uma que todo mundo já entendeu, é o estigma e o preconceito. Não é a mesma luta que existia na década de 1980, 1990 ou 2000.…”