Abstract:Resumo: Este artigo procura debater a história global, um empreendimento intelectual em curso desde o início da dé-cada de 1990. A variedade de abordagens e correntes historiográficas, tais como as histórias conectada, cruzada, transnacional, comparada, global, mundial, e muitas outras, desvela as disputas internas desse campo acadêmico. De maneira geral, todas essas tendências compartilham a vontade de superar o nacionalismo metodológico e as visões eurocên-tricas/ocidentalistas da história. Entretanto, para … Show more
“…O campo de estudos da política externa e da diplomacia na Antiguidade Tardia é vasto (Zétola, 2010), e o mesmo pode ser dito acerca das pesquisas que lidam com História Global (Santos Júnior;Sochaczewski, 2017;Silva, 2020). É justamente a partir do bom estabelecimento destas searas que este ensaio delimitou seu objetivo geral: mobilizar a erudição destes campos para pensar um Sistema-Mundo tardo-antigo baseado na linguagem diplomática como ponto de coesão conceitual de multipolaridade.…”
Section: Notas De Conclusão: a áFrica E A Antiguidade Tardiaunclassified
Este ensaio tem por objetivo pensar uma “Antiguidade Tardia Multipolar” a partir de postulados da História Global e dos Sistema-Mundo. Para tanto, selecionou-se um estudo de caso específico – a embaixada de 496 EC vinda provavelmente de Axum até Constantinopla acompanhada de duas girafas e um elefante – como caminho de investigação. A partir dele, argumenta-se que a diplomacia pode ser entendida um elemento de coesão estruturante para um Sistema-Mundo tardo-antigo, e que a linguagem diplomática nos permite pensar políticas de reconhecimento multipolar. Neste sentido, é preciso incluir a África (especialmente em suas porções ao sul do Saara) neste cenário amplo, e uma forma de fazê-lo é a partir da compreensão de que animais específicos, como girafas e elefantes, operam formas simbólicas de linguagem diplomática e, portanto, nos permitem vislumbrar protagonismos africanos em um âmbito mais global.
“…O campo de estudos da política externa e da diplomacia na Antiguidade Tardia é vasto (Zétola, 2010), e o mesmo pode ser dito acerca das pesquisas que lidam com História Global (Santos Júnior;Sochaczewski, 2017;Silva, 2020). É justamente a partir do bom estabelecimento destas searas que este ensaio delimitou seu objetivo geral: mobilizar a erudição destes campos para pensar um Sistema-Mundo tardo-antigo baseado na linguagem diplomática como ponto de coesão conceitual de multipolaridade.…”
Section: Notas De Conclusão: a áFrica E A Antiguidade Tardiaunclassified
Este ensaio tem por objetivo pensar uma “Antiguidade Tardia Multipolar” a partir de postulados da História Global e dos Sistema-Mundo. Para tanto, selecionou-se um estudo de caso específico – a embaixada de 496 EC vinda provavelmente de Axum até Constantinopla acompanhada de duas girafas e um elefante – como caminho de investigação. A partir dele, argumenta-se que a diplomacia pode ser entendida um elemento de coesão estruturante para um Sistema-Mundo tardo-antigo, e que a linguagem diplomática nos permite pensar políticas de reconhecimento multipolar. Neste sentido, é preciso incluir a África (especialmente em suas porções ao sul do Saara) neste cenário amplo, e uma forma de fazê-lo é a partir da compreensão de que animais específicos, como girafas e elefantes, operam formas simbólicas de linguagem diplomática e, portanto, nos permitem vislumbrar protagonismos africanos em um âmbito mais global.
“…A juventude, abertura e multiplicidade da história global são topoi recorrentes nas apresentações do campo, assim como as ressalvas diante do risco de que se trate apenas de mais uma moda acadêmica. No entanto, a multiplicação dos livros e artigos introdutórios à história global (SACHSENMAIER, 2011;OLSTEIN, 2014;KUNTZ FICKER, 2014;CROSSLEY, 2015;POTTER;SAHA, 2015;MARQUESE;PIMENTA, 2015;CONRAD, 2016;BELICH;DARWIN;FRENZ;WICKHAM, 2016;GARCIA;SOUSA, 2017;SANTOS JÚNIOR;SOCHACZEWSKI, 2017;DRAYTON;MOTADEL, 2018), com suas particulares seleções de autores precursores e modelares, aponta para a consolidação da área em um contexto onde a crítica ao chamado "globalismo" também ganha cada vez mais adeptos, espaço e voz no Brasil e no mundo (BORGER, 2018;VILELA, 2019). Mas afinal, o que é a história global?…”
Objetivo: as fontes judiciais vêm sendo utilizadas por historiadores(as) já há algumas décadas para investigar os mais diversos objetos de estudo, tanto em perspectiva qualitativa como quantitativa. Entretanto, apesar da existência de diferentes tipos de processos judiciais, alguns acabaram recebendo mais atenção que outros, como inventários post-mortem e processos criminais. Nesse sentido, apresenta-se e problematiza-se as potencialidades dos processos judiciais de medição em pesquisas que buscam refletir sobre práticas sociais e a produção dos territórios. Metodologia: discute-se sobre a produção historiográfica brasileira que utilizou os processos como fonte de pesquisa, considerando estudos voltados para os séculos XVIII e XIX, e efetua-se um exercício empírico realizado com medições do final do século XVIII, referente a terras localizadas na Serra de Taquari, capitania do Rio Grande de São Pedro. Originalidade: dar relevância às fontes judiciais enquanto resultado de um uso prático da justiça, além de se evidenciar a identificação de uma estratégia proprietária existente no período colonial brasileiro. Conclusões: ao abordar-se o crescente interesse da historiografia sobre a dimensão espacial, é concluído que as medições judiciais são úteis para o estudo da conformação social dos lugares e a produção de territórios, em contextos migratórios.
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