História das Ciências e da Matemática, Educação Problematizadora e Epistemologias do Sul: para se pensar um ensino de ciências e de matemática

Abstract

Neste artigo, apresentamos possíveis relações entre História das Ciências e da Matemática (HCM) e o pensamento de dois grandes intelectuais: Paulo Freire e Boaventura de Sousa Santos. Por um lado, utilizamos a HCM como forma de trabalhar as ideias freireanas de Educação Problematizadora (FREIRE, 1967; 1978) levando para as aulas um ensino que priorize a reflexão crítica e a construção histórica de conhecimentos que fazem parte da realidade dos estudantes, reflexão esta que pode tornar possível a ação do indivíduo frente aos problemas e às situações que a vida lhe impõe. Por outro lado, a abordagem selecionada permite que olhemos para a visão dos colonizadores numa tentativa de desconstruir seus discursos. Neste sentido, utilizamos o conceito de Epistemologias do Sul de Boaventura de Sousa Santos (2011; 2013) como forma de refletir sobre a hegemonia intelectual e científica ocidental, buscando fazer-se perceber outras formas de saberes, e fomentando uma pluralidade epistemológica. A abordagem histórica nas aulas de ciências e de matemática da Educação Básica, aqui exemplificada com a Carta de Pero Vaz de Caminha, é colocada como uma possibilidade de promover um ambiente de constante reflexão acerca da produção dos conhecimentos científicos e matemáticos. Sendo assim, consideramos que a HCM no ensino, através das discussões sobre a complexidade histórica da construção e produção do conhecimento, articulada à proposta de ruptura ao eurocentrismo epistemológico, apresenta-se como uma possibilidade na formação cidadã para os diferentes âmbitos educacionais.

Viagem no Tempo do Rio Iguaçu: Uma Proposta de Sequência Didática

“…A educação problematizadora, que possui o foco nos estudantes e na abordagem de contextos e problemáticas, proporciona não apenas a reflexão, mas também pode refletir nas ações dos indivíduos frente às questões cotidianas (Oliveira & Alvim, 2020;Weyn et al, 2020). Nesse sentido, as metodologias ativas de ensino-aprendizagem podem ser inseridas em diferentes momentos com múltiplas maneiras de aplicação e objetivos, sendo importantes ferramentas aplicadas a diferentes áreas do conhecimento (Paiva et al, 2016).…”