Hibridismo e transmedialidade na comunicação política dos partidos portugueses no Instagram e no jornalismo político televisivo

Abstract

Este artigo trabalha o hibridismo entre a comunicação política partidária digital e o jornalismo audiovisual. A proposta é relacionar a atividade comunicativa na rede social Instagram de 6 partidos portugueses com representação parlamentar (PS, PSD, BE, PCP, CDS e Chega), e dos respetivos líderes, com a cobertura jornalística da sua atividade realizada pelos 3 principais noticiários televisivos, respetivamente o Jornal da Noite (SIC), o Telejornal (RTP1), o Jornal das 8 (TVI) e o CM Jornal (CMTV). Analisamos a comunicação política e partidária na rede social e os enquadramentos noticiosos no jornalismo televisivo, identificando padrões na relação entre as duas plataformas. Exploramos a contaminação entre os discursos textuais e visuais dos vários partidos e os noticiários televisivos, relevando as principais estratégias retóricas ativadas no Instagram e as narrativas televisivas. O artigo pretende contribuir para uma melhor compreensão das lógicas comunicativas dos partidos em ambiente digital e explicitar as transformações na cobertura da política pelos noticiários televisivos, integrados em sistemas mediáticos híbridos.

Selfies and Speeches of a President at War: Volodymyr Zelensky’s Strategy of Spectacularization on Instagram

“…The most striking is the significant impact in terms of likes, comments, and views that the president's publications have obtained, which in some cases reach millions. Traditional television news programs have been fed by these videos in an interesting hybridization process (Baptista et al, 2021). Secondly, although most of the videos published online by Zelensky are institutional speeches, the most successful formats are the most amateurish and easy to produce.…”

A atividade das juventudes partidárias no Instagram em período eleitoral: Inovação ou normalização?

“…Estas plataformas digitais permitem-lhes interagir com os eleitores de forma mais personalizada e direta (Aldrich et al, 2015). Como explicam Baptista et al (2021): «Ao cultivar um público razoavelmente fiel ao seu canal, o partido ou agente político passa a criar uma 'bolha' de sensações, mobilizações e reflexões» (p. 140).…”

“…Apesar de haver vários estudos sobre a atividade nas redes sociais de partidos no Facebook (Maia, 2020;Santos y Bicho, 2016;Serra-Silva et al, 2018), a atividade no Instagram tem sido menos explorada (Baptista et al, 2021). Se nos primeiros tempos o Instagram era visto como impermeável à política, nos últimos anos esta é a rede social que mais tem crescido no seio das elites políticas (Baptista et al, 2021), que a usam para chegar ao eleitorado mais jovem (Kreiss et al, 2018).…”

“…Apesar de haver vários estudos sobre a atividade nas redes sociais de partidos no Facebook (Maia, 2020;Santos y Bicho, 2016;Serra-Silva et al, 2018), a atividade no Instagram tem sido menos explorada (Baptista et al, 2021). Se nos primeiros tempos o Instagram era visto como impermeável à política, nos últimos anos esta é a rede social que mais tem crescido no seio das elites políticas (Baptista et al, 2021), que a usam para chegar ao eleitorado mais jovem (Kreiss et al, 2018). Embora os estudos nesta área tenham aumentado (Baptista et al, 2021;Ekman y Widholm, 2017;Piñeda et al, 2021), ainda se sabe pouco sobre como os atores políticos usam o Instagram (Larsson, 2021) e qual o efeito no comportamento dos utilizadores (Ferreira et al, 2021).…”

“…Se nos primeiros tempos o Instagram era visto como impermeável à política, nos últimos anos esta é a rede social que mais tem crescido no seio das elites políticas (Baptista et al, 2021), que a usam para chegar ao eleitorado mais jovem (Kreiss et al, 2018). Embora os estudos nesta área tenham aumentado (Baptista et al, 2021;Ekman y Widholm, 2017;Piñeda et al, 2021), ainda se sabe pouco sobre como os atores políticos usam o Instagram (Larsson, 2021) e qual o efeito no comportamento dos utilizadores (Ferreira et al, 2021). O conteúdo visual tem-se tornado cada vez mais uma componente central da comunicação política digital, da mobilização e da persuasão (Lalancette y Raynauld, 2017).…”