Abstract:ResumoRelatamos o caso de uma paciente com diagnóstico de esquizofrenia paranóide que desenvolveu dois quadros de hepatotoxicidade atribuídos a efeitos colaterais do ácido valpróico e da clozapina. Essa relação foi estabelecida pela proximidade temporal entre o início da medicação e a instalação do quadro, pela resolução deste após a suspensão da medicação e pela exclusão de outras causas de doença hepática. No seguimento, o controle clínico da paciente foi realizado com eletroconvulsoterapia (ECT). Salientamo… Show more
“…Tais elementos podem contribuir como possíveis justificativas para a pouca capilaridade no campo médico psiquiátrico de estudos que anunciam, por dentro mesmo da epistemologia clínica, a falta de consenso especializado sobre o uso da técnica, a subestima de seus efeitos colaterais e as fragilidades de seu paradigma produtor de provas científicas questionáveis (Kolar, 2017;Read;Kirsch;Mcgrath, 2019) Noutro ponto, a literatura de endosso da ECT sustenta a eficácia da técnica com base no argumento de sua rapidez face à oferta de respostas aos sintomas psiquiátricos graves, com vistas, principalmente, à sua remissão 4 (Madeira et al, 2012;Barbosa;Rocha, 2008;Neves et al, 2006;Alvarenga;Rigonatti, 2005;Rodrigues;Dalgalarrondo, 2003). Evidências de quê?…”
Section: )unclassified
“…A despeito de haver dados sobre tendências a recaídas sintomáticas no curto prazo pós-aplicação, percentual que varia, em algumas pesquisas, de 40% a pouco mais de 60% nos casos de depressão, fundamentando a necessidade de ECT de manutenção como estratégia de prevenção(Antunes et al, 2009;Neves et al, 2006;Alvarenga;Rigonatti, 2005;Moser;Lobato;Belmonte-de-Abreu, 2005).…”
O objeto do presente ensaio teórico são os fundamentos balizadores da técnica da Eletroconvulsoterapia (ECT), procedimento médico psiquiátrico que consiste na indução de convulsões pela via da administração de cargas elétricas no cérebro com finalidade terapêutica. A proposta do texto é tecer uma crítica onto-epistemológica da ECT e de seus fundamentos teórico-conceituais à luz da Reforma Psiquiátrica e da Determinação Social da Saúde Mental. Trata-se de ensaio teórico sustentado em revisão ampliada da literatura. Compreendemos a ECT como uma técnica fundamentada em tendência teórica estreita que assujeita seus usuários em nome de intervenção invasiva orientada para ação de curto-médio prazo, cuja finalidade é o controle de corpos de segmentos historicamente vulnerabilizados.
“…Tais elementos podem contribuir como possíveis justificativas para a pouca capilaridade no campo médico psiquiátrico de estudos que anunciam, por dentro mesmo da epistemologia clínica, a falta de consenso especializado sobre o uso da técnica, a subestima de seus efeitos colaterais e as fragilidades de seu paradigma produtor de provas científicas questionáveis (Kolar, 2017;Read;Kirsch;Mcgrath, 2019) Noutro ponto, a literatura de endosso da ECT sustenta a eficácia da técnica com base no argumento de sua rapidez face à oferta de respostas aos sintomas psiquiátricos graves, com vistas, principalmente, à sua remissão 4 (Madeira et al, 2012;Barbosa;Rocha, 2008;Neves et al, 2006;Alvarenga;Rigonatti, 2005;Rodrigues;Dalgalarrondo, 2003). Evidências de quê?…”
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“…A despeito de haver dados sobre tendências a recaídas sintomáticas no curto prazo pós-aplicação, percentual que varia, em algumas pesquisas, de 40% a pouco mais de 60% nos casos de depressão, fundamentando a necessidade de ECT de manutenção como estratégia de prevenção(Antunes et al, 2009;Neves et al, 2006;Alvarenga;Rigonatti, 2005;Moser;Lobato;Belmonte-de-Abreu, 2005).…”
O objeto do presente ensaio teórico são os fundamentos balizadores da técnica da Eletroconvulsoterapia (ECT), procedimento médico psiquiátrico que consiste na indução de convulsões pela via da administração de cargas elétricas no cérebro com finalidade terapêutica. A proposta do texto é tecer uma crítica onto-epistemológica da ECT e de seus fundamentos teórico-conceituais à luz da Reforma Psiquiátrica e da Determinação Social da Saúde Mental. Trata-se de ensaio teórico sustentado em revisão ampliada da literatura. Compreendemos a ECT como uma técnica fundamentada em tendência teórica estreita que assujeita seus usuários em nome de intervenção invasiva orientada para ação de curto-médio prazo, cuja finalidade é o controle de corpos de segmentos historicamente vulnerabilizados.
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