O presente trabalho consiste em investigar a concepção e a relação entre os conceitos de erotismo e morte propostos pelo filósofo Georges Bataille (1897-1962), que afirma que o homem é um ser dilacerado entre continuidade e descontinuidade – somos seres que possuímos individualidade e que logo morreremos, porém nós possuímos uma nostalgia pela continuidade perdida com o advento da subjetividade, que somente foi possível com o mundo do trabalho. O animal-homem tornou-se homem por meio dos interditos: proibições de atos relacionados à morte e ao sexo. No entanto, foram os interditos que tornaram possível a transgressão, que faz o homem retornar ao seu estado original de animalidade. Não se pode apagar nenhum desses polos totalmente: ambos são necessários para o ser humano. Aparecem agora duas formas de retornar à continuidade perdida: erotismo ou morte, e ambos, em sua forma mais excessiva, confundem-se entre si, a visão aterrorizante é a mais atrativa e desejada. Pretendemos analisar primeiramente o erotismo em geral, de modo a vermos em que sentido ele é uma experiência interior. Segundo, analisaremos se podemos equipará-lo à morte e, mais precisamente, ao sacrifício, demonstrando como a violência está presente no ato de amor. Temos, como conclusão, que tanto a morte quanto o erotismo desafiam a individualidade, mas a morte o faz de modo permanente e o erotismo de modo temporário