Objetivo: Avaliar o efeito do 5-fluorouracil (5FU) injetado intralesionalmente na cabeça do pterígio no período pré-operatório. Métodos: Foram estudados 53 olhos (52 pacientes), sendo 28 pterígios primários e 25 recidivados, divididos em dois grupos: grupo 1 (G1), composto por indiví-duos que receberam a injeção de 5-fluorouracil 30 dias antes do procedimento cirúrgico e grupo 2 (G2), no qual o 5-fluorouracil foi injetado 10 dias antes da cirurgia. Todas as cirurgias foram realizadas seguindo-se a mesma técnica cirúrgica, pelo mesmo cirurgião. Os pacientes foram reavaliados 7, 30 e 60 dias após a cirurgia. Os resultados observados foram submetidos à análise estatística. Resultados: A amostra estudada foi constituída por 52,8% de pterígios primários e 47,2% de recidivados, sendo composta igualmente por indivíduos de ambos os sexos. Não ocorreram complicações decorrentes da infiltração da droga. A recidiva foi mais freqüente nos pterígios recidivados e no G1. Conclusão: O uso intralesional de 5-fluorouracil no pré-operatório do pterígio não provocou efeitos deletérios aos olhos estudados. Houve menor recorrência quando usado o 5-fluorouracil 10 dias antes da exérese cirúrgica, em relação à aplicação 30 dias antes do procedimento. Pterígio é uma doença ocular benigna, caracterizada por proliferação conjuntival que se estende sobre a córnea. A sua patogênese ainda não completamente esclarecida, associada a uma variável taxa de recidiva, constitui um desafio para o médico oftalmologista no que se refere à escolha da melhor opção terapêutica.Uma das modalidades de tratamento coadjuvante é o uso de drogas antimitóticas, empregadas desde a década de 60, como o Thio-tepa e a Mitomicina C.O uso do Thio-tepa provocava alterações transitórias nos tecidos oculares (como diminuição da sensibilidade corneana, alteração do volume e estabilidade do filme lacrimal e da vitalidade dos epitélios corneano e conjuntival)(1) e até déficit visual permanente (2) , o que abriu espaço para a Mitomicina C, que, na década de 80, surgiu como uma droga promissora para o tratamento coadjuvante do pterígio, sendo amplamente estudada e usada com bons resultados quanto à diminuição dos índices de recidiva de pterígios primários e recidivados (3)(4)(5) . Contudo, há também inúmeros relatos de complicações freqüentes e importantes associadas ao uso da Mitomicina C, como: glaucoma secundário, edema e perfuração corneana,