Há diferenças remuneratórias por gênero na magistratura brasileira?

Abstract

Resumo O propósito deste estudo é testar a hipótese de que há clara diferença entre as remunerações médias percebidas por juízes e juízas de 8 tribunais de justiça brasileiros. Por meio da técnica de matching, realizou-se um pareamento entre juízes e juízas condicionado ao cargo, ao tempo de magistratura, ao mês e ao ano da remuneração, bem como ao tribunal. As diferenças nas médias remuneratórias persistem mesmo após o pareamento, o que pode ser explicado pelos mediadores de gênero, que operam gerando melhores oportunidades para homens em desfavor das mulheres.

Divisão Sexual Do Trabalho Doméstico Acadêmico

“…A escolha de uma universidade pública foi feita devido ao fato de a Constituição Federal e outras legislações complementares preverem a necessidade de aprovação em concurso público para o provimento de cargos relacionados ao magistério superior, sem nenhum tipo de discriminação ou favorecimento relacionado ao gênero (Brasil, 1988). Portanto, em tese, haveria uma distribuição equitativa ou proporcional das oportunidades de carreira e de ocupação de cargos estratégicos nas organizações públicas, ainda que estudos demonstrem a existência de desigualdades relacionadas ao gênero no desenvolvimento das carreiras de servidores públicos no Brasil (Severi;Jesus Filho, 2022;Filizzola;Souza, 2021).…”

Mobilização da magistratura brasileira por equidade racial: um olhar a partir dos textos de opinião de juízes e juízas negras

“…Essa ausência segue por alimentar esse ciclo de consequências, afastando, ainda, a possibilidade de desenvolvimento econômico da comunidade racial discriminada. Nos estudos das diferenças de gênero entre juízes e juízas, o aspecto econômico foi pouco abordado ao longo da história(Severi;Filho, 2022). Estudos contemporâneos identificam que há diferenças remuneratórias em favor do referencial branco e masculino em relação às mulheres, sobretudo no que se refere às gratificações, o que implica em uma discriminação de gênero e nos sugere uma diferença de raça(Severi;Filho, 2022;Oliveira Borba; Rezende Yoshida; Amaral de Oliveira, racismo e todas as formas de discriminação" (Fábio Francisco Esteves e Edinaldo César dos Santos Júnior, Texto 11).…”