O fortalecimento do conceito ESG tem tornado a reputação corporativa um fator crucial para a valorização das empresas no mercado acionário, tornando-se inclusive um objeto de grande interesse dos investidores, sobretudo no que se refere a práticas anticorrupção. Assim, escândalos que expõem casos de corrupção podem acarretar custos e causar desvalorização das empresas no mercado. Este artigo objetiva, portanto, verificar se há diferença estatística para o comportamento do preço das ações da Petrobras em dias normais e em dias pós-eventos de escândalos. Para isso, realizou-se um teste estatístico a partir dos dados totais e as datas que ocorreram os eventos (dia do evento e dia seguinte), por meio do teste Z para duas proporções e ANOVA no período estudado. A partir das informações sobre as fases da Operação Lava Jato, foram coletadas as datas nas quais a Petrobras foi citada. No teste Z, comparou-se a proporção de subida (ou manutenção) e queda no preço das ações em dois grupos: amostra contendo todos os pontos e amostra contendo apenas os dias de notícias envolvendo a empresa. Uma outra análise foi realizada observando se as quedas pós-eventos são quedas meramente eventuais, normais para a ação, ou quando há influência essa queda é mais proeminente do que as quedas normais. A ANOVA foi utilizada como instrumento de análise. Pôde-se inferir, via Teste Z, que as duas proporções são iguais para as ações, não havendo evidência estatística de que o escândalo impacta nos valores. Com o Teste F, não se encontrou evidência estatística (a 5% de significância) suficiente para afirmar que as quedas são mais proeminentes após notícias de escândalo.