A partir de 1941, administração de Franklin D. Roosevelt (FDR) (1933-1945) desenvolveu a Política da Boa Vizinhança (PBV), que passou a pautar a política externa dos Estados Unidos da América (EUA) para a América Latina e o Caribe (ALC) de forma significativa. Com o objetivo de oferecer resposta à crise econômica de 1929 e ao crescimento do apoio ao nazifascismo, a Casa Branca, por meio da PBV, substituiu as intervenções diretas dos EUA na ALC por práticas sofisticadas de intervenção indireta. Este artigo tem como objetivo analisar a repercussão da PBV nos textos da primeira e principal revista a se dedicar exclusivamente às relações internacionais nos EUA: Foreign Affairs. Para isso, adota uma abordagem metodológica que articula processos históricos, conceitos e a interpretação dialética das fontes, considerando a relação entre os elementos externos de produção dos textos e sua hermenêutica. Como resultado da pesquisa, este artigo argumenta que a PBV promoveu a internacionalização e a consolidação de elementos de valorização da cultura estadunidense e, por oposição, retratou as repúblicas latino-americanas com estereótipos e clichês diametrais, objetivos e generalistas.