O objetivo do texto é promover um diálogo com o artigo (El Pueblo evangélico: construccion hegemônica, disputas minoritárias y reaccion conservadora) de Joanildo Burity. Ao valorizar positivamente as hipóteses do artigo, relativas ao crescimento evangélico no Brasil, busca dialogar com essas a partir de uma perspectiva antropológica. Com esse intuito, explora questões relativas ao espraiamento da cultura evangélica, a sua heterogeneidade e suas afinidades com práticas culturais periféricas. Convida o leitor a considerar a importância do militarismo que se desenvolve nos centros urbanos brasileiros como sendo em parte responsável pelo papel de mediação das igrejas evangélicas e, em consequência, como importante para a sua construção hegemônica. Sugere, também, que refletir sobre as relações de gênero pode contribuir para melhor entender as formas políticas hoje assumidas pelo projeto populista de construção do país como nação evangélica.