Girando a lente socioantropológica sobre o corpo: uma breve reflexão

Abstract

O artigo reflete, a partir de revisão bibliográfica, sobre o corpo e o processo saúde e doença como fatos não naturais. Vale-se de algumas ideias da história da Medicina Ocidental para contextualizar as concepções do corpo, as diferenças sexuais e a saúde e doença, assim como de outras racionalidades médicas e cosmologias religiosas onde as concepções do corpo e da saúde e doença diferem da medicina ocidental. Recorre a algumas abordagens antropológicas para mostrar a modelagem cultural do corpo e de seus usos; a dimensão simbólica e sua emersão na teia das relações e normas sociais e nas relações com o meio ambiente, assim como suas articulações com a representação da pessoa, através de exemplos etnográficos extraídos da literatura.

O corpo negado pela sua “extrema subjetividade”: expressões da colonialidade do saber na ética em pesquisa

“…In the culture of care that I observed and that dialogued with my previous experience, "diseases" are "equal" in all people, regardless of other aspects such as gender and sexuality, since they are expressions of a deviation, a pathology in relation to a normal, healthy one 36,37 . In addition, the LGBT population was mainly "approached" in direct relation with sexually transmitted diseases (STDs) / HIV-AIDS 4,6 .…”

O Cuidado Nas Práticas Dos Profissionais Em Cirurgia Bariátrica

“…O corpo obeso é socialmente negativo, por isso o relacionam ao sofrimento: A relação entre corpo obeso e sofrimento é evidenciada quando os profissionais associam os limites que a obesidade causa à mobilidade, marcando socialmente essas pessoas por eles observadas. Nesse sentido, o corpo é significativo pois "comporta diferentes concepções, que penetram os diversos saberes e práticas de cura expressos nas várias racionalidades médicas (ocidentais e orientais), interferindo nas concepções de saúde e doença" 11 . A forma do corpo obeso afeta subjetivamente o indivíduo: Os profissionais reconhecem que há nos pacientes alteração na autoestima e insegurança -revelando que há um modo sensível de olhar e escutar -, o que implica a necessidade de suporte emocional na terapêutica 12 A agressividade é relacionada à intervenção num corpo tido como "saudável", "sem doença", "corpo hígido", e não à compreensão de que a pessoa obesa sofre pelas repercussões sociais e morais dessa prática.…”

Análise das narrativas sobre a menopausa de um site brasileiro da internet

“…A ampliação da concepção dos significados socioculturais do processo climatério/menopausa comporta a conexão entre corpo, normas, valores e sentidos a ele conferidos, podendo as Ciências Sociais em saúde contribuírem para um entendimento mais refinado daquele processo, colaborando para uma compreensão do corpo não somente como um conglomerado anatomofisiológico, sujeito às leis orgânicas e a uma automaticidade inexorável, mas como aglutinador de diferentes experiências e representações socioculturais de diversas fases da vida (Separavich, Canesqui, 2010).…”