Gestão por Perversão: A crise econômica invade o Ambiente Organizacional e abre as portas ao Assédio

Abstract

A crise econômica torna a expectativa de vida financeira de uma organização algo incerto como também o ambiente interno da organização se torna instável e inseguro. Com o intuito de se manterem vivas, ativas e representativas, as organizações não perdem a audácia no momento em lançam novas metas para seus colaboradores, por vezes inalcançáveis, haja vista a instabilidade econômica. O objetivo deste trabalho é relatar a percepção das experiências de assédio moral vivenciadas por uma equipe de trabalhadores terceirizados de uma Instituição Bancária Federal. Para alcançar esse objetivo, revisou-se a bibliografia que define o clima organizacional e o assédio moral. A coleta de dados foi efetuada a partir de conversas informais com membros da equipe atuante no estado do Rio Grande do Norte, bem como observação e leitura de e-mails enviados e recebidos pelos mesmos com seus superiores diretos e indiretos. Finalizando com uma reflexão da perversão trazida pela crise ao ambiente organizacional.

Mal-estar no trabalho: evidências em funcionários públicos e privados

“…E, isso provoca uma situação difícil pois, para o trabalhador, estar em momentos de crise, sem direitos, e em um ambiente com excesso de cobrança pode fazer surgir atitudes negativas como insegurança, absenteísmo, isolamento, agressividade, dentre outros. Além do que, são nestes contextos que não satisfaz suas necessidades e resultados pessoais e organizacionais que comumente ocorrem as agressões como o assédio moral no trabalho (LIMONGI-FRANÇA;RODRIGUES, 2012;REATTO et al, 2014;AZEVEDO, 2016).…”

“…O sofrimento por causa de um empregador que é exigente quanto à perfeição de um trabalho específico, ou ter discussões habituais por causa de ideias diferentes e de modo isolado também não devem ser entendidas como assédio moral. O assédio moral é um processo de grave violência psicológica no contexto de trabalho, que produz humilhação recorrente, ofensas e constrangimentos, como práticas corriqueiras, perturbadoras com a intenção nítida de incomodar, anular a subjetividade ou impedir o trabalho do indivíduo (GUIMARÃES; RIMOLI, 2006;REZENDE, 2006;BENDASSOLLI, 2011;SOBOLL, 2011;LIMA et al, 2014;HIRIGOYEN, 2015;AZEVEDO, 2016).…”

“…Enquanto que na condição de manipulação perversa, ele passa a ser mais sutil e perigoso (HIRIGOYEN, 2014;AZEVEDO, 2019). De ambas as formas ele é caracterizado pela intenção do agressor, que tem nítida vontade em desqualificar a vítima, sendo o assédio moral no trabalho uma busca do agressor pela despersonificação do sujeito (HELOANI, 2004;AZEVEDO, 2016).…”