Geoestratégia dos espaços econômicos:transformação e poder no sítio portuárioretroportuário do Rio Grande-RS

Abstract

RESUMOpresente artigo analisa a redefinição e a nova geoestratégia da área portuária-retroportuária do município do Rio Grande (RS), bem como as manifestações de poder que emergem do lugar-global. As operações portuárias em Rio Grande caracterizam o novo modelo de gestão, a partir do momento em que foram transferidas à iniciativa privada a operacionalização dos grandes terminais carga/ descarga do Porto do Rio Grande. A internacionalização dos terminais e mais a passagem do controle acionário das empresas da área retroportuária contígua para o capital multinacional, modelaram o novo espaço global e nele as novas relações de poder. Recomenda-se o aprofundamento de estudos quanto ao novo modelo de parceria público/privado e, particularmente, das influências de poder sobre os territórios que caracterizam lugares-globais.ABSTRACT his paper analyses both the redefinition and the new strategy of the harbor area of the city of Rio Grande (RS) in Brazil, as well as manifestations of power that emerge from the global area. Harbor operations in Rio Grande characterize a new model of administration, since such operations were transferred to private enterprises. The internationalization of harbor terminals and the transference of corporate control of the harbor area to multinational businesses resulted in the creation of a new global space, with new power relationships. More profound studies are recommended with regards to public/private partnerships and, particularly, on the influences of power within territories that characterize global-areas.

Globalização, políticas públicas curriculares e o avanço de um modelo hegemônico de currículo escolar na educação brasileira

“…No artigo "Globalização e Educação: Demonstrando a existência de uma 'Cultura Educacional Mundial Comum' ou localizando uma 'Agenda Globalmente Estruturada Para A Educação'? ", Dale (2004) Para alguns autores do tema em tela (Santos, 2005;Vieira e Vieira, 2003), a partir de tensões entre localidades e globalidades se conformam os chamados "lugares-globais", que na prática, constituem-se como espaços estratégicos aos quais corporações multinacionais utilizam para realizarem ações de inserção, conformando novas relações de poder.…”

“…Assim, pode-se dizer que o currículo, tal como se conforma hoje, também é um "lugarglobal", porque opera como "um espaço construído para a economia global ou um território em redefinição, transformando-se em espaço econômico de inserção global" (Vieira;Vieira, 2003, p. 73).…”

“…Quando as grandes corporações da educação passam a exercer poder coercitivo sobre as regulações da educação, se reforça então "um processo de não-relação entre os conhecimentos e práticas trazidos por alunos e professores, com aqueles formalizados nas propostas curriculares." (Girotto, 2016, p. 426) Consequentemente gera-se uma nova realidade, em que "entre o espaço local e o espaço global se estabelece uma dialética que une e fragmenta ao mesmo tempo" (Vieira;Vieira, 2003, p. 22).…”

Por uma Outra Relação Entre Administração Pública e Desenvolvimento: Retomando Espaço e Território Contra as Mazelas da Globalização

“…Com as transformações na concepção de espaço, advindas da globalização, há um triunfo do econômico, em detrimento do social, que passa à categoria subalterna, e a sociedade do social transforma-se em sociedade do econômico (Vieira & Vieira, 2003). No cenário de globalização, a centralidade das ações é ocupada pelo dinheiro, distorcendo o sentido da vida em todas as suas dimensões (Santos, 2008a).…”

“…Outras, por meio de uma supervalorização da escala local, talvez sem se dar conta, intensificam as forças fragmentadoras. Nessa dialética entre global e local, o Estado se enfraquece e perde sua capacidade de ação em sua luta pelo desenvolvimento (Haesbaert, 1999;Santos, 2008a;Vieira & Vieira, 2003).…”