2016
DOI: 10.11606/issn.2316-9133.v24i24p441-464
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Gênero e sexualidades indígenas: alguns aspectos das transformações nas relações a partir dos Kaiowa em Mato Grosso do Sul

Abstract: resumo Neste artigo, busco trazer algumas considerações sobre as transformações pelas quais os Kaiowa e os Guarani têm passado no Mato Grosso do Sul, a partir de um enfoque nas relações geracionais e de gênero. Deste modo, trazer algumas considerações a respeito do modo como as sexualidades -neste caso, homossexualidade -são vivenciadas pelos jovens kaiowa pode contribuir para reflexões sobre como estes tematizam questões acerca do modo de ser, das moralidades e das diferenças postas entre os pontos de vista g… Show more

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“…Diferentemente, tais experiências de "virar mulher, mãe e esposa de alguém" nos conduzem à abertura de novos campos dialógicos, ampliando as perspectivas de compreensão dessas relações no quadro referencial dos próprios indígenas. Sobre as diferentes formas de habitar as normas e ativar modulações no parentesco: um caso ticuna modelos de troca -, para entender sua simbologia dentro de regimes relacionais, trabalhos mais recentes (Cariaga 2015;Madi Dias 2018;Otaviano 2017;Ribeiro 2019) Sobre o princípio corporal de toda pessoa ticuna, diz a mãe de Nega: "não interessa se no jeito de mulher ou de homem, nosso jeito de ser parente e de se fazer assim, homem e mulher, se faz nessas vivências também, nas regras e nas mudanças de palavras, de saberes". E, por fim, ela mesma classifica instigantemente os valores contingentes constituintes dos regimes de classificação das pessoas e dos parentes, quando a sexualidade e o gênero ganham espaços analíticos: "a vagina da Nega fica no lado errado [risos] de fazer mais parentes".…”
Section: Considerações Finaisunclassified
“…Diferentemente, tais experiências de "virar mulher, mãe e esposa de alguém" nos conduzem à abertura de novos campos dialógicos, ampliando as perspectivas de compreensão dessas relações no quadro referencial dos próprios indígenas. Sobre as diferentes formas de habitar as normas e ativar modulações no parentesco: um caso ticuna modelos de troca -, para entender sua simbologia dentro de regimes relacionais, trabalhos mais recentes (Cariaga 2015;Madi Dias 2018;Otaviano 2017;Ribeiro 2019) Sobre o princípio corporal de toda pessoa ticuna, diz a mãe de Nega: "não interessa se no jeito de mulher ou de homem, nosso jeito de ser parente e de se fazer assim, homem e mulher, se faz nessas vivências também, nas regras e nas mudanças de palavras, de saberes". E, por fim, ela mesma classifica instigantemente os valores contingentes constituintes dos regimes de classificação das pessoas e dos parentes, quando a sexualidade e o gênero ganham espaços analíticos: "a vagina da Nega fica no lado errado [risos] de fazer mais parentes".…”
Section: Considerações Finaisunclassified
“…A pouca abordagem nos estudos etnológicos acerca do tema, como apontei em outro estudo sobre a homossexualidade indígena (Silva 2016) e como vem apontando Fernandes (2015), Tota (2013) Acredito que as poucas análises neste campo, além do já apontado por Cariaga (2015) acima, cai naquilo que venho operando 5 numa perspectiva Derridiana (Derrida 1994), de uma vinculação espectral de "perdas culturais" em torno das identidades indígenas, nas performatividades de gêneros e sexualidades que destoam da heterossexualidade. Nesta perspectiva, negocia-se um bloco de indianidade homogêneo, numa lógica de adequação em que o Estado brasileiro definiria como índio mais ou menos "puro", sendo essa definição requisito de acesso às políticas públi-cas e programas indigenistas pelas etnias.…”
Section: Biopolítica E Normalização Identitária Em Sexualidades Indígunclassified
“…Desde la etnohistoria, además, se ha descrito la existencia de ritos de paso para jóvenes mayas durante los primeros años de la Conquista (de Landa, 2001). Mientras que desde la etnografía del siglo XX y del XXI, se ha dado cuenta de la presencia de los jóvenes en pueblos indígenas al estudiarse ciclos de vida, ritos de paso y prácticas como las del noviazgo y la sexualidad, entre otros aspectos (Butterworth, 1962;1962, Nolasco, 1965Mead, 1970Mead, , 1979De la Fuente, 1977;Collier, 1980;McCallum, 2013;Pérez Ruiz, 2014, 2015Bautista, 20014;Cariaga 2015, entre otros autores).…”
unclassified