Gastrectomia Vertical e Cirurgia de Bypass Gástrico em Y de Roux: complicações cirúrgicas e metabólicas tardias

Abstract

Objetivo: Descrever e discutir as complicações pós-operatórias tardias mais comuns em cirurgia bariátrica, a partir da análise de duas técnicas amplamente utilizadas atualmente que são a Gastrectomia Vertical e a Cirurgia de Bypass Gástrico em Y de Roux. Revisão bibliográfica: A cirurgia bariátrica é vista como o tratamento de maior eficácia para a obesidade grave, determinada por IMC>40kg/m2 ou IMC superior a 35kg/m2 correlacionada à comorbidades. Essa intervenção apresenta baixa mortalidade, porém as complicações são recorrentes. A fístula na linha de grampeamento, o sangramento gastrointestinal, a obstrução intestinal e a ulceração marginal são ressaltadas como os eventos tardios mais frequentes. Dentre as complicações metabólicas e nutricionais as mais evidenciadas são a Síndrome de Dumping, a doença do refluxo gastroesofágico, a colelitíase e a diabetes mellitus. Considerações finais: A cirurgia de Bypass Gástrico em Y de Roux é considerada padrão-ouro, apesar de não haver concordância sobre qual intervenção deve ser executada em cada caso. Para a escolha do procedimento, devem ser analisados os riscos e examinados fatores como grau de obesidade e contraindicações existentes.

Manejo da obesidade: uma revisão narrativa dos tratamentos com foco na cirurgia metabólica

“…As cirurgias mistas impactam na absorção de nutrientes no intestino delgado o que promove o emagrecimento de forma mais rápida (Marra et al, 2021). Dentre os procedimentos aceitos têm-se as técnicas restritivas [balão intragástrico; gastroplastia vertical (ex: cirurgia de mason), e banda gástrica ajustável]; disabsortivas (ex: Bypass Jejuno-jejunal -Payne), e mistas (ex:…”

“…• No sleeve gástrico pode ocorrer fístula anastomótica na linha do grampeamento, após 90 dias da cirurgia, com vômitos pós-prandiais (Chung et al, 2018;Marra et al, 2021).…”

“…• No bypass gástrico em Y Roux pode ocorrer complicações no pós-operatório precoce (ex: deiscência da sutura, fístulas, esteanose, infecções e ou hemorragias), e no pós-operatório tardio (ex: hérnia interna, obstrução intestinal e/ou tromboembolismo pulmonar), e com efeitos colaterais tem-se flatulência, diarreia, doenças osteometabólicas e/ou deficiências nutricionais (Marra et al, 2021;Moura et al, 2021). Neste procedimento ocorre a má absorção vitaminas (B9, B12 e D), e ferro (Rodrigues, 2020).…”

“…• A síndrome de dumping é caracterizada por desconforto abdominal, náuseas, vômitos e complicações vasomotores como diarreias e sudorese após a ingestão de doces e alimentos gordurosos. A diminuição da digestão mecânica e da secreção de ácidos afeta diretamente a absorção de ferro, vitaminas (B12, e D), e mediante a exclusão do duodeno prejudica a absorção de minerais (cálcio, magnésio e ferro) (Nassif, 2014;Marra et al, 2021;Moura et al, 2021).…”

“…Tais cirurgias podem promover complicações pós-cirúrgicas como a deiscência da sutura, estenose, fístulas, infecções e hemorragia, hérnia interna e obstrução intestinal e/ou tromboembolismo pulmonar (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica -ABESO, 2016), além de náuseas, diarreia, deficiências de algumas vitaminas e minerais, flatulência, e doenças osteometabólicas. As suplementações pós-cirúrgicas em cirurgias disabsortivas são uma demanda necessária, sendo este um dos pontos negativos das cirurgias metabólicas (Marra et al, 2021).…”