Nesse artigo defendo que o cosmopolitismo jurídico de Kant implica a perspectiva de uma república mundial, a qual pressupõe a livre federação dos povos como um passo intermediário necessário. Sustento essa interpretação a partir de dois argumentos. Primeiro, que o conceito de república mundial é juridicamente necessário segundo os princípios da filosofia do direito. Segundo, que a rejeição da monarquia mundial e a defesa de uma federação livre dos povos se apresenta como uma exigência da metafísica crítica, a qual implica uma conexão teleológica entre elementos históricos, políticos, antropológicos e prudências.