Fotossensibilização Em Animais De Produção Na Região Semi-Árida Do Rio Grande Do Norte

Abstract

RESUMO O presente trabalho objetivou estudar a ocorrência de surtos naturais de fotossensibilização que vêm ocorrendo em diversas espécies animais na região semi-árida do Estado do Rio Grande do Norte. Foram visitadas 17 propriedades nas quais estavam ocorrendo casos naturais desta patologia. Foram realizadas entrevistas com os tratadores, exames clínicos e provas séricas bioquímicas de função hepática nos animais afetados. Também foram realizadas avaliações das pastagens para busca de plantas suspeitas de causarem a doença. Essasa mostras foram testadas para detecção preliminar de saponinas. Foi verificado que a fotossensibilização é do tipo secundária (hepatógena) e as espécies mais acometidas são a eqüina e a bovina, mas também ocorre em ovinos, caprinos e asininos. Além disto, parece não haver variação na susceptibilidade entre as diferentes faixas etárias, mas há uma sazonalidade na ocorrência da fotossensibilização, ocorrendo no período final da estação das chuvas. A possível etiologia é a planta conhecida popularmente como ervanço (Floehlichia humboldtiana), a única com alta prevalência em todos os locais afetados e contêm saponinas.

Primary Photosensitization by Chamaecrista serpens in Santa Inês Sheep

“…In this way, it becomes clear that C. serpens intoxication produces a picture of primary photosensitization. It should be noted that a similar event occurred when natural outbreaks of photosensitization caused by Froelichia humboldtiana were reported for the first time in ruminants and equines in the semi-arid region of Rio Grande do Norte [ 17 ]. On this occasion, there was a correct, unprecedented finding of the photosensitizing effect of the plant, but it was misinterpreted as secondary photosensitization.…”

Fotossensibilização Em Bovino Leiteiro

“…As lesões são mais comuns em regiões do corpo com menor pigmentação, como orelhas, nariz e áreas não pigmentadas ao redor dos olhos e boca, que pode apresentar-se avermelhada devido ao aumento do fluxo sanguíneo na área lesada. O inchaço e os edemas afetam a pele devido à inflamação, isso pode causar desconforto e dificultara movimentação do animal (AMADO et al, 2018;MACEDO et al, 2006).…”

“…Primeiramente é realizado uma coleta de informações detalhadas sobre a dieta dos animais afetados, padrões de pastejo, exposição solar e quaisquer mudanças recentes no ambiente ou na alimentação como o consumo de plantas tóxicas, como a Brachiaria. A observação das lesões, juntamente com a história de ingestão de plantas tóxicas, sugere fortemente a fotossensibilização (CONSTABLE, 2021;MACEDO et al, 2006).…”

“…O controle efetivo da fotossensibilização hepática envolve uma abordagem multifacetada, o primeiro passo é identificar e remover as plantas tóxicas, marcando áreas de pastagens onde Brachiaria está presente e implementando estratégias para remover ou controlar o crescimento dessas plantas, como o uso de herbicidas específicos ou métodos de controle biológico. Ademais, deve-se diversificar a dieta do gado com forragens seguras e suplementos minerais para evitar a superalimentação de Brachiaria e monitorar os padrões de pastejo para evitar a superexposição a plantas tóxicas e fornecer suplementos nutricionais para apoiar a função hepática, como minerais, vitaminas e aminoácidos específicos, além de criarabrigos ou áreas sombreadas para permitir que os animais afetados evitem a luz solar direta durante o dia e implementar práticas de pastejo noturno para reduzir a exposição ao sol, sendo assim, o controle eficaz da fotossensibilização hepática requer uma combinação de medidas preventivas e intervenções específicas para animais afetados nutrientes (CONSTABLE, 2021;MACEDO et al, 2006).…”