(92,7 vs. 76,7 minutos, p=0,003), no tempo operatório para a operação de 7 vs. 68,4 minutos, p=0,00006) e no tempo para a liberação dos vasos gástricos curtos (22 vs. 13,1 minutos, p=0,00005). As complicações intra-operatórias foram maiores no primeiro grupo de pacientes, mas a diferença não foi estatisticamente significativa (p=0,2). Todos os procedimentos foram concluídos com sucesso por vídeo-laparoscopia em ambos os grupos, e a mortalidade foi nula nesta série. A alta hospitalar ocorreu em média no primeiro dia de pós-operatório em ambos os grupos (p=0,06). Conclusão: A fundoplicatura laparoscópica pode ser realizada com segurança por um cirurgião em formação, sob supervisão direta de um titular, com mínima morbidade para os pacientes. A curva de aprendizado foi demonstrada, avaliando-se principalmente, o tempo operatório do procedimento (Rev. Col. Bras. Cir. 2006; 33(2): 96-100
INTRODUÇÃOA doença do refluxo gastroesofágico é muito comum e a maioria dos pacientes são tratados clinicamente com inibidores de bomba de prótons e agentes pró-cinéticos 1 . Cerca de 20% dos pacientes que desenvolvem complicações ou apresentam recorrência dos sintomas após a interrupção do uso da medicação necessitam de tratamento cirúrgico 2,3 . O tratamento cirúrgico por via aberta ou por laparoscopia da doença do refluxo gastro-esofágico por meio da fundoplicatura é efetivo, duradouro e, em alguns aspectos, superior ao tratamento medicamentoso 4-8 . Estudos demonstrando custo reduzido 9 , menor tempo de permanência hospitalar e retorno precoce ao trabalho 9-10 comparando as fundoplicaturas laparoscópicas com as abertas têm sido relatados, e são em parte responsáveis pela popularização deste procedimento.A literatura mostra que uma curva de aprendizado de 20 cirurgias por cirurgião e de 50 procedimentos por instituição é necessária para o sucesso da fundoplicatura laparoscópica [11][12][13][14] , embora se saiba que a progressão individual do cirurgião ocorre em diferentes velocidades.
MÉTODOFoi realizada uma análise retrospectiva dos prontuá-rios de 60 pacientes submetidos à correção cirúrgica laparoscópica da doença do refluxo gastroesofágico durante o período de março a outubro de 2005. Todos os pacientes foram operados pelo mesmo residente de Cirurgia Geral em treinamento, sob supervisão direta do cirurgião titular.As indicações para a cirurgia anti-refluxo foram: presença de sintomas refratários ao tratamento clínico, identificação de complicações decorrentes da doença do refluxo gastro-esofágico e o desejo do paciente de descontinuar o tratamento clínico 1 . A válvula anti-refluxo à 360º foi realizada em todos os pacientes, com ou sem liberação dos vasos curtos, técnicas de Nissen e Nissen-Rossetti respectivamente, de acordo com a preferência individual de cada médico titular.