Formação de professores e ensino de História em limiares de memórias, saberes e sensibilidades

Abstract

Problematiza-se neste artigo a ideia de ensino de História como lugar de fronteira epistemológica. À luz da adoção de um referencial benjaminiano a cerca da noção de‘limiar’, pretende-se fortalecer a reflexãoem torno do peso das sensibilidades enquanto componente central dos processosde produção de memórias e saberes. Assim,pretende-se avançar no sentido doentendimento do saber docente como algoancorado em estruturas de plausibilidadeprofundas, nas quais os componentes da sensibilidade e dos modos de olhar e problematizaro cotidiano, em suas múltiplaspráticas sociais, convertem-se em balizadores essenciais se queremos pensar a formação de professores.

A presença da afetividade na formação histórica: sentido, sensibilidade e sentimento

“…Nesse contexto, reúne-se à noção de experiência as acepções de fronteira, limiar, passagem, porta, abertura, que não devem ser compreendidas como meio neutro, mas como transformação, tradução, local de diferenciação, como aparece em muitos momentos na obra de Walter Benjamin (cf. SELIGMANN-SILVA, 2005a;2005b;GAGNEBIN, 2014;MIRANDA, 2013, FREIRE, 2012. 4 "Emoções abrem o domínio do passado".…”

“…Depois, a partir de um diálogo interdisciplinar, se buscará algumas considerações sobre os temas da afetividade e dos sentimentos, bem como das sensibilidades nos campos da educação e da ciência da história; considerando ainda a singularidade do campo do ensino de história entre história e educação (CAIMI; MISTURA, 2019;, e as sensibilidades como tema de interesse e de possível encontro entre esses campos 2 (MIRANDA, 2013). Diante do reconhecido desafio de se buscar diálogos entre campos distintos, coloca-se a 2 Ressalta-se a importância, para a discussão ora proposta, das reflexões desenvolvidas e caminhos indicados por Sônia Regina Miranda, em sua compreensão do papel "das sensibilidades enquanto componente central dos processos de produção de memórias e saberes" no ensino de História , inscrito na "fronteira epistemológica", "limiar" entre ciência história e educação (MIRANDA, 2013, p. 149).…”

Currículo cultural na aula de História: um estudo de caso

“…De que maneira esta produção de sen do acontece? Inspirados por Fabiana Almeida (2021) e Sônia Miranda (2013 ), compreendemos que uma das formas de promover esta produção de sen do se estabelece quando professoras e professores se esforçam em ancorar suas aulas de História no diálogo pendular entre o passado e o presente. A aposta é na provocação dos e das estudantes no sen do de se indagarem sobre o presente, apropriando-se de recortes do passado que os ajudem a levantar hipóteses, colocar em suspeita quem somos a par r do entendimento dos processos históricos.…”

Diálogos latinoamericanos sobre problemas socialmente vivos. Narrativas y experiencias en contextos de virtualidad

“…Nos hemos mirado y, en ese mirarnos, comenzamos a transitar el umbral que nos divide, nos separa y nadie quedó ahí durando en el paisaje. Hemos desafiado a lo hegemónico y comenzado, como plantea Sonia Miranda (2013), a pensar a la enseñanza como un umbral entre tiempos vividos y narraciones. La autora nos invita a reflexionar sobre nuestras experiencias y -a partir de sus inspiraciones benjaminiana-nos convoca a proyectarnos, más allá de las demarcaciones físicas, liminales; en espacios/tiempos sensibles, de producción de sentidos y posibilidad narrativa sobre las situaciones de la vida cotidiana.…”