Foreign Exchange Derivatives and Financial Fragility in Brazil

Inappropriate Corporate Strategies: Latin American Companies That Increase Their Value by Short-Term Liabilities

“…Thus, corporations negatively affect stakeholders in the company-such as workers and suppliers, to name a few-for the gain of equity stakeholders. To detect this strategy, it is important to consider that companies use derivatives in this way; the literature in Latin America shows that this speculation strategy was used in Brazil, Mexico, and Chile (Dodd and Griffith-Jones 2006;Farhi 2017;Farhi and Borghi 2009;De Souza Murcia et al 2017). This can be seen through an increase in the foreign currency liabilities associated with the position, which generates fragility in the face of exchange rate movements.…”

Derivativos e fluxos de capitais no Brasil

“…Isso se explica na medida em que, embora o investimento em derivativos esteja vinculado à cobertura de riscos de outros tipos de investimento em moedas periféricas, também há uma faceta "autônoma" desse investimento, mais ligada à especulação financeira, que se beneficia de um maior grau de alavancagem por operação. Com a permissão de maiores níveis de alavancagem, posições compradas ou vendidas em derivativos são assumidas com menor custo pelos agentes, o que amplia o espaço para "apostas" nesses mercados (FARHI, 1999(FARHI, , 2017. Observando-se o mercado de derivativos de câmbio brasileiro, vê-se que os não residentes investem em derivativos de câmbio do Real, mas no ambiente mais seguro possível.…”

“…A presença de investidores institucionais nacionais e de instituições financeiras, por outro lado, é predominante. Esse panorama certamente revela a preferência do investidor estrangeiro em relação a modalidades de aplicação de riqueza em derivativos de câmbio, e, menos seguramente, pode indicar uma prevalência do uso desses derivativos para cobertura de risco, por possuidores de riqueza nacionais, em contraposição aos derivativos transacionados em mercados a termo, largamente utilizados em estratégias especulativas, em grande medida conduzidas por estrangeiros (FARHI, 2017;ROSSI, 2011;KALTENBRUNNER, 2010). 39 Para este mercado, a B3 só disponibiliza a participação relativa por tipo de investidor mais recente apurada por ela.…”

“…Ao mesmo tempo em que as Transações Correntes informam sobre a demanda por liquidez em dólar no país e por moeda nacional fora do país, para comércio de bens e serviços e transferências de renda, também o comércio internacional sugere um acompanhamento do seu desempenho em relação à cobertura de risco no mercado de derivativos de câmbio. Com melhores desempenhos no comércio internacional e a volatilidade inerente ao capitalismo contemporâneo, que ameaça a estabilidade da riqueza ancorada em moedas ilíquidas internacionalmente, cresce a necessidade de cobertura de risco, e, portanto, a demanda por contratos derivativos de câmbio no país por investidores residentes e não residentes (FARHI, 2017). Kaltenbrunner (2010) situa esse aumento do volume de derivativos de câmbio que envolvem a taxa de câmbio do Real num processo denominado de "internacionalização do Real".…”

“…Esse processo é conhecido como "fuga para a qualidade". Essa fuga afeta a taxa de câmbio das moedas periféricas, impondo sobre ele uma tendência de depreciação, já que escasseia a liquidez em moeda estrangeira existente na economia e projeta expectativas de depreciação da taxa de câmbio para o futuro, que contaminam o mercado de câmbio futuro e engendram um ciclo vicioso de depreciação cambial(PRATES, 2015;FARHI, 2017). Nos momentos de aumento da preferência pela liquidez global, e do crescimento das expectativas de depreciação cambial, a liquidação das posições em derivativos reforça o movimento de "fuga para a qualidade", por meio das consequências patrimoniais das operações no mercado de derivativos para investidores residentes e não…”