2022
DOI: 10.11606/issn.2316-9133.v31i2pe204416
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Força e violência das palavras

Abstract: A obra de Jeanne Favret-Saada é consagrada ao estudo dos efeitos sociais da anunciação de três termos particulares, em campos muito díspares: feiticeiro, judeu e blasfemo. Elas funcionam dentro de dispositivo acusatório pré-existente à sua enunciação, cuja elucidação é o objeto desta antropologia: a atualização de suas convicções implícitas permite identificar as condições de felicidade dos enunciados, o que permite o sucesso ou fracasso de uma acusação.

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“…Ao longo dos anos, observamos que muitos desses projetos têm ocasionado conflitos e violências, isso ocorre devido a uma condição em que a terra é redefinida para fins político-econômicos como mero objeto, os bens naturais e humanos, aqueles de valor intangível, passam por um processo de coisificação, já que num sistema gerido pelo mercado a moral vigente é a vontade da coisa, do dinheiro, da troca. A mera cogitação que algo possa ter valor e fim em si mesmo e que isso é o suficiente, dentro de uma lógica puramente capitalista, é uma ideia sem o menor sentido (Martins, 1991).…”
Section: Conflitos Na Amazônia: O Caso Do Maranhãounclassified
“…Ao longo dos anos, observamos que muitos desses projetos têm ocasionado conflitos e violências, isso ocorre devido a uma condição em que a terra é redefinida para fins político-econômicos como mero objeto, os bens naturais e humanos, aqueles de valor intangível, passam por um processo de coisificação, já que num sistema gerido pelo mercado a moral vigente é a vontade da coisa, do dinheiro, da troca. A mera cogitação que algo possa ter valor e fim em si mesmo e que isso é o suficiente, dentro de uma lógica puramente capitalista, é uma ideia sem o menor sentido (Martins, 1991).…”
Section: Conflitos Na Amazônia: O Caso Do Maranhãounclassified
“…A etnóloga Jeanne Favret-Saada, analisando os trabalhos dos etnólogos sobre o bocage francês, conhecido por suas práticas de feitiçaria, mostra como é tratada a palavra nativa nesses trabalhos; ela é desqualificada, seus enunciados tratados como proposições e a atividade simbólica é reduzida em emitir proposições falsas. Ela identifica um ponto comum entre aquelas pesquisas: a desqualificação da palavra nativa e a promoção daquela do etnógrafo (Favret-Saada, 2005). Em A Orgia Perpétua, Mario Vargas Llosa (2015), analisando Madame Bovary, mostra que poucas vezes Flaubert se intromete em sua narrativa e rouba a palavra de seus personagens, a maioria delas acidentais, como quando ele assume as rédeas para fazer uma breve reclamação dos queijos produzidos naquela região (Llosa, 2015).…”
Section: Ensaios De Geografiaunclassified
“…Fez com que muitas terras fossem parar nas mãos de poucos donos. (MARTINS, 1982), (MOURA, 1988), (PANINI, 1990), (COSTA NETO, 2006), (NOZOE, 2006). Botelho (1999) ao realizar sua pesquisa, não encontrou elementos satisfatórios para precisar sobre o perfil de requerentes de terras por intermédio de sesmarias ao longo do século XVII e XVIII para a área correspondente ao atual Vale do Jequitinhonha.…”
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“…(MARTINS, 2018, p.235). Ainda segundo o mesmo autor, havia dois objetivos nessa política de terras, quais sejam, "promover o povoamento do solo e favorecer o aumento da produção por meio da 20 Para um debate historiográfico aprofundado ver: Martins (1982), Mamigonian (2017), Vitorino (2008). 21 BRASIL.…”
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