RESUMO -(Fisiologia pós-colheita de frutos da palmeira Mauritia vinifera Mart. (Arecaceae)). Alterações pós-colheita no amadurecimento dos frutos de Mauritia vinifera (buriti), colhidos com coloração marrom clara, foram estudadas acompanhando-se: massa, volumes gasosos intercelulares, concentração de CO 2 e O 2 na atmosfera interna, firmeza e as evoluções de CO 2 e etileno, tanto a 25 ºC quanto sob baixa temperatura (8 ºC). Os frutos apresentaram injúria de resfriamento quando armazenados a 8 ºC e não amadureceram ao serem retornados para 25 ºC. Sob umidade elevada, baixa transpiração, a conservação do buriti triplicou em comparação com os frutos armazenados em ambiente menos úmido (65 a 85%). A casca resistente destes frutos perde a firmeza e o arranjo compacto das escamas e torna-se mais frágil e mais permeável a gases durante o amadurecimento ou quando armazenados sob temperatura que causa injuria de resfriamento. Os frutos de buriti contém apenas cerca de 1% volume gasoso intercelular, o que é indicativo de susceptibilidade à injúria de impacto, mediante descolamento de escamas. No amadurecimento a polpa torna-se macia, conforme leitura de penetrômetro, diminuindo a resistência ao transporte dos frutos, que passam a ser facilmente amassados. Estes frutos apresentaram comportamento climatérico típico e o pico de evolução de CO 2 ocorreu dois dias após o pico do etileno. As curvas de concentração interna de CO 2 e de O 2 no buriti foram diferentes de outros frutos previamente estudados pelo fato de sofrerem uma grande redução da resistência difusiva da casca, causada pela formação das aberturas entre as escamas durante o amadurecimento. Palavras-chave: amadurecimento, atmosfera interna, buriti, climatério, volumes gasosos intercelulares ABSTRACT -(Postharvest physiology of Mauritia vinifera Mart. (Arecaceae) palm fruits). We studied postharvest ripening changes in Mauritia vinifera Mart. fruits, known as "buriti", harvested at a mature light-brown color stage, from palms on the Brazilian Central Plateau, as follows: weight loss, internal gaseous volume, internal CO 2 and O 2 concentration, firmness and CO 2 and ethylene evolution, at room temperature (25ºC) and at low temperature (8 ºC). M. vinifera fruits suffered chilling injury when stored at 8 ºC and the damaged fruits failed to ripen upon return to 25ºC storage. Subjected to low water loss in high humidity chambers M. vinifera fruit-storage life tripled when compared to less humid storage environment (65 to 85%), also at 25 ºC. The hard M. vinifera fruit peel became more gas permeable as it loses firmness and tight scale arrangement during ripening and also during storage at stressful chilled temperatures. Intercellular gaseous volume was low in M. vinifera fruits, a fact that may increase susceptibility to impact injury caused by a tendency of the hard peel scales to split or unglue. As it ripens the fruit pulp became soft, as recorded by a penetrometer, thus reducing transport resistance, the fruit becoming susceptible to even modest compression. M. vin...