O artigo examina algumas das características que fazem de obras quadrinísticas exemplares de um sub-gênero designado como “jornalismo gráfico”: caracterizado pela aproximação entre recursos visuais e discursivos das narrativas gráficas e pela exploração de universos temáticos associados à atualidade histórica e social, tais materiais suscitam discussões sobre critérios definidores das práticas do jornalismo, reconhecidos aí seus elementos, recursos, instituições e dispositivos. Interessa-nos observar as características de uma obra neste contexto, o álbum Le Photographe (GUIBERT, LEFÈVRE e LEMERCIER, 2009), observando aquilo que ilustra os regimes enunciativos e narrativos derivados das formas visuais empregadas nesta narrativa gráfica. Privilegiam-se abordagens metodológicas que discriminam a especificidade/integração de diferentes mídias (desenho, fotografia e composição gráfica), constituindo uma discursividade testemunhal das narrativas visuais contemporâneas: focalizam-se os esquemas narrativos da representação de ações e os jogos que demarcam as diferentes posições enunciativas da narração, pela oscilação entre formas desenhadas e fotografias.