O estigma é um processo social associado às relações de poder, apoiado em raízes histórico-culturais. Pode ser consequente de vários fatores, como nas relações de gênero e as alterações do estado de saúde, como na pandemia por Covid-19. Diante deste cenário, objetivou-se avaliar as propriedades psicométricas de uma escala adaptada para estimar o estigma em mulheres que contraíram a Covid-19. Trata-se de um estudo transversal de prevalência, com abordagem quantitativa, de base populacional, no qual foram entrevistadas (n=228) mulheres que testaram positivo após terem sido notificadas por apresentarem sintomas da Covid-19. As participantes foram caracterizadas quanto às condições socioeconômicas e demográficas. Foi utilizada uma adaptação da escala de estigma quanto a hanseníase, que visa obter informações acerca da ocorrência do processo de estigmatização em decorrência da Covid-19. Aplicaram-se os testes de confiabilidade (consistência interna/Alfa de Cronbach e reprodutibilidade/Kappa) e, somado a isso, foi realizada a Análise Fatorial Exploratória. As medidas do coeficiente de Alfa de Cronbach dos 18 itens da escala variam entre (0,81-0,90) e do coeficiente de Kappa entre (0,72-0,87). Foram realizados os testes de Kaiser-Meyer-Olkin (0,85) e de Esfericidade de Bartlett (significância de 0,000). As pontuações da escala variaram de 10 a 55 pontos e a média do escore final apresentado pelas participantes foi de 43,6, com escores mais altos representando maiores níveis de estigma e pontuações mais baixas menores índices. Nenhuma das participantes esteve isentas de algum grau potencial de estigmatização. A escala EAE-COVID-19 apresenta propriedades psicométricas satisfatórias, permitindo mensurar adequadamente as dimensões do estigma relacionado à Covid-19.