Faut-il continuer à nourrir les pauvres ?

La (sur)vie en dehors des dispositifs d’hébergement institutionnel : exemples de débrouilles quotidiennes de familles exilées dans la Métropole bordelaise

“…Or, ces problématiques ne sont que très peu soulevées. Les petites mains de l'aide alimentaire d'un côté, qui s'affairent à la tâche et dédient parfois la quasi-totalité de leur temps à ces actions solidaires, et de l'autre, les mangeurs de bout de chaîne, eux-mêmes parfois engagés dans des associations d'aides alimentaires, sont tous placés dans une urgence qui s'installe et ne semble pas laisser de place pour essayer de repenser une aide alimentaire, qui est par ailleurs le fruit d'une décision politique(Paturel, 2018). Le stress qui accompagne ces situations de quasi mise en concurrence, additionné à la globalité de sa situation administrative et la peur de la double expulsion, conduit même la jeune femme à oublier de manger lorsque son fils est à l'école.Face à la difficile prise en considération des interdits alimentaires, des préférences, des besoins spécifiques, dans le cadre d'une aide alimentaire qui repose sur les restes, et puisque ces derniers ne suffisent à remplir ni la quantité ni la qualité alimentaire recherchée, les familles ne font pas que subir.…”

Políticas de abastecimento da alimentação escolar no Brasil e na França: a transição dos sistemas agroalimentares posta à prova das metrópoles

“…Em 1893, é aprovada a primeira lei sobre assistência médica gratuita e auxílio aos idosos. Em O principal objetivo da política agrícola européia é garantir o fornecimento abundante de alimentos baratos, possibilitado pelo modelo produtivista (COURADE, 1990;MALASSIS, 1992;PATUREL, 2018;ROUDART, 2002). A estratégia se apoia nos atores econômicos privados da produção agrícola, das indústrias de processamento agroalimentar e das redes de distribuição e comercialização.…”

“…Portanto, a precaridade alimentar não está mais ligada à escassez ou às deficiências na rede de distribuição, mas à pobreza econômica, que torna as despesas alimentares uma variável de ajuste no orçamento de pessoas pobres (PATUREL, 2018;GHERSI, 2010). Os "Trintas Gloriosos" são anos marcados por uma diminuição do desemprego e pelo fortalecimento dos sistemas de proteção social lançados nos anos 1920 e 1930: 87 Alemanha Ocidental, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e Holanda.…”

“…A particularidade da nova forma de precaridade alimentar que surge nos anos 1980 é que não se traduz em desnutrição, mas em má nutrição. A insegurança alimentar está doravante fortemente associada ao regime agroindustrial dominante: os pobres comem os excedentes da agro-indústria e os produtos mais baratos são também aqueles de menor qualidade nutricional (DUBUISSON, 2013;PATUREL, 2018). O abastecimento dos circuitos de ajuda alimentar é baseado em doações das indústrias, naqueles alimentos oriundos da superprodução.…”

“…O apoio público se baseia na canalização de excedentes agrícolas não vendidos para as associações. Alguns autores consideram que a ajuda alimentar se constitui como uma variável de ajuste para o sistema agroalimentar produtivista: os pobres se alimentam de excedentes(PATUREL, 2018). Aocontrário do Estado brasileiro, o Estado francês não controla diretamente o acesso à alimentação das populações vulneráveis.…”