Fatores socioeconômicos e saúde de crianças em contexto de violência

Abstract

Resumo: Esse estudo objetivou analisar a violência infantil no contexto brasileiro, correlacionando-a com fatores socioeconômicos, socioculturais, geracionais e de gênero, investigando o impacto dos mesmos na saúde das crianças. Realizou-se um estudo epidemiológico descritivo, realizado a partir de dados de artigos científicos e documentos oficiais sobre e violência infantil, além do banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e da plataforma SciELO e Google Acadêmico. Encontrou-se uma maior prevalência de violência física e negligência, maior índice de violência sexual contra o sexo feminino e negligência no sexo masculino. Os principais agressores identificados foram o pai e a mãe. Acerca da etnia, crianças pardas foram as mais agredidas, bem como as de menor escolaridade. As consequências da violência infantil se estendem para além do momento da agressão, ao perturbar funções cognitivas e mesmo influenciar na gênese de transtornos psiquiátricos.

Violência Sexual contra Crianças no Interior do Pará: estudo nos municípios de Capanema e São João de Pirabas

“…O perigo pode agravar especialmente nas situações em que o campo se aproxima das cidades. Aquino et al (2021) encontraram estudos que evidenciaram dificuldade em identificar e notificar tais casos em profissionais da Atenção Básica, e entre os motivos que justificam a subnotificação estão a falta de capacitações ou abordagem do tema na graduação, desconhecimento da ficha de notificação, do fluxo e protocolos a serem seguindo, falta de confiança nos órgãos de proteção à infância e o medo dos profissionais de envolverem-se em questões de justiça. Essas dificuldades não se restringem ao espaço rural.…”

“…Suas consequências não estão limitadas apenas a questões de saúde, mas envolvem toda a esfera social, ao influenciar como as vítimas se comportarão no futuro em função da interferência em processos cognitivos e até mesmo na gênese de transtornos psiquiátricos. (AQUINO et al, 2021) Lise e Motta (2012) constataram que a maioria das vítimas de violência intrafamiliar infantil possui baixa escolaridade, assim como também perceberam que a carência econômica era um fator comum nas famílias. Entretanto, Pinto Junior, Cassepp-Borges e Santos (2015) afirmam que, mesmo nas famílias de classe mais alta e/ou com maior escolaridade, a violência infantil ocorre, mas de forma mais velada e sigilosa do que em famílias pobres.…”

Iniquidade da rede de apoio à criança vítima de violência: análise em uma capital brasileira

“…A alocação desigual de serviços também pode contribuir para um aumento nas taxas de subnotificação de casos de violência contra crianças (Aquino et al, 2021). Quando os serviços estão centralizados em áreas distantes ou de difícil alcance, as crianças e suas famílias podem hesitar em procurar ajuda devido à distância e aos desafios financeiros.…”

Violência contra Crianças e Adolescentes em Sofrimento Psíquico: Percepção dos Profissionais de Saúde

“…Contudo, a violência psicológica pode não ser percebida pelos responsáveis ou pelos profissionais da saúde, gerando traumas e sofrimentos que podem perdurar por toda a vida, além de contribuir para com as situações de baixo rendimento escolar, baixa autoestima, depressão, ansiedade, tentativas de suicídio, uso/abuso de álcool e outras drogas, entre outros. 6,21 Contexto sociofamiliar prejudicial Os profissionais percebem que a violência vivenciada por usuários do CAPSi está relacionada à estrutura sociofamiliar, envolvendo questões sociais, tais como: pobreza, miséria, presença do transtorno mental na criança ou em outros membros da família, o uso e abuso de drogas, dentre outras.…”