Fatores associados ao surgimento de ansiedade/depressão em policiais militares: uma revisão integrativa

Abstract

O trabalho do policial militar pode implicar no aparecimento de transtornos ansiedade. Podendo ter impactos significativos na saúde do policial, afetando sua qualidade de vida e as relações sociais, podem ainda prejudicar o desempenho quanto às suas atribuições e atuações de serviço e colocar em risco sua vida e a de terceiros. O presente estudo objetivou analisar, por meio da literatura, as evidências científicas dos fatores associados ao surgimento de ansiedade/depressão em policiais militares. Tratou-se de uma revisão integrativa de literatura, para qual se formulou a seguinte questão clínica: “Quais as evidências científicas sobre os fatores associados ao surgimento de ansiedade/depressão em policiais militares?”. As bases de dados foram consultadas, por meio de descritores e palavras-chave, entre os anos de 2015 a 2020, nos idiomas português, espanhol e inglês. Desse modo, treze estudos foram incluídos nesta revisão, observou-se que os policiais militares relataram sofrer por ansiedade/depressão variaram de 19 a 50 anos de idade, prevaleceu o sexo feminino sendo mais vulneráveis aos transtornos, foi identificado que os policiais do setor administrativo e processos operacionais burocráticos, são menos propensos a desenvolver transtornos de ansiedade ou um quadro patológico de depressão, a convivência com a violência, o constante risco de morte e as cargas excessivas de trabalho são fatores que causam estresse, ansiedade e podem desencadear a depressão afetando de forma significativa a qualidade de vida desses policiais. O que permite concluir que todos os resultados relataram a necessidade de otimizar o ambiente de trabalho através da conscientização promovendo conhecimento adequado sobre transtornos emocionais que são rotineiros, tornando possível uma redução nos índices de adoecimento dessa categoria.

Avaliação do Estado Mental: Comparação entre grupos de policiais militares do Distrito Federal com e sem indicadores clínicos

“…Aspectos ligados à depressão e à ansiedade são frequentemente identificados na população policial (Assis et al, 2020;Feitosa et al, 2021;Sousa et al, 2021;Sousa et Dessa forma, características inerentes ao trabalho podem estar contribuindo para a intensificação desses sintomas. Ademais, o estresse gerado pela natureza do trabalho, além de alterações emocionais e fisiológicas, como somatização, traz importantes impactos nas funções cognitivas como atenção, funções executivas e memória (Margis et al, 2003).…”

“…Nos últimos anos, diversos estudos buscaram investigar a saúde mental de profissionais da segurança pública (Araújo et al, 2020;Bombarda et al, 2022;Dias et al, 2023;Francisco et al, 2022;Reis, 2020;Santos et al, 2021;Silva et al, 2023). Dentre as variáveis investigadas, destacam-se o estresse (Almeida & Chaves, 2020;Bezerra et al, 2013), o estresse póstraumático (Correia & Dunningham, 2016;Monteiro & Silva, 2023), a depressão e a ansiedade (Leopoldino et al, 2023;Sousa et al, 2021) e o suicídio (Del Fiol, 2023;Mussolini Filho & Leão, 2023). Os resultados, de forma geral, chamam a atenção para a necessidade de propor ações de intervenção e acompanhamento em saúde mental para esses profissionais.…”

O Estresse Ocupacional Sob a Perspectiva De Policiais Militares Do Rio Grande Do Norte

“…Em populações militares, tem se apresentado pontual de 1,2% a 87,5%; em um ano de 6,7% a 50,2%; e, ao longo da vida, de 7,7% a 17,0% (SCHEIN, et al, 2021). Moura (2013) apud Sousa et al (2021) relata uma prevalência de TEPT na população brasileira, com base em amostra estudada, de 1 a 3%; nos grupos de risco, de 5 a 15%, estas últimas quando são consideradas apresentações subclínicas; e, entre policiais, prevalência de cerca de 16,7%.…”

Serviço de Atendimento Móvel de Urgência no Brasil: avanços e desafios

“…vida, de 7,7% a 17,0%(SCHEIN, et al, 2021). Moura (2013) apudSousa et al (2021) relata uma prevalência de TEPT na população brasileira, com base em amostra estudada, de 1 a 3%; nos grupos de risco, de 5 a 15%, estas últimas quando são consideradas apresentações subclínicas; e, entre policiais, prevalência de cerca de 16,7%.52Serviço de Atendimento Móvel de Urgência no Brasil: avanços e desafios -ISBN 978-65-5360-421-6 -Vol. 1 -Ano 2023 -Editora Científica Digital -www.editoracientifica.com.br Em entrevistas com de 110 policiais americanos, realizadas entre maio a dezembro de 2017, eles descreveram as situações que consideravam mais estressantes: 67 (60%) deles indicaram o enfrentamento à criminalidade, como responder a chamadas de serviço, investigação de denúncias e patrulhamento; 32 (29%) sugeriram circunstâncias traumáticas, como proteger cenas de crimes com cadáveres, entrevistar crianças vítimas de violência sexual, lidar com sobreviventes de violência doméstica, com acidentes de trânsito, mortes em massa, situações de atirador em atividade; ao passo que 10 (9%) indicaram a ocorrência de emboscadas a policiais e outras violências contra a polícia, quando geram um sentimento de suspeita e medo em relação à comunidade de que os mesmos, ou seus familiares, possam ser igualmente vitimados.…”